Após pedalar mais de 50 mil quilômetros, ciclista canadense chega ao Amapá

Charles Leniux passa uns dias em Macapá antes de pegar a estrada de novo rumo à fronteira com a Guiana Francesa.
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Por ANDRÉ SILVA

O ciclista canadense que pedalou mais de 50 mil quilômetros pelas Américas, chegou ao Amapá. Charles Leniux, de 34 anos, começou a pedalar longas distâncias em 2009. Ele é geólogo e trabalha em uma empresa de mineração na cidade onde nasceu, Quebec, região aonde predominantemente a língua falada é a francesa.

Foi com sotaque arrastado, entre o português e o francês, além de muito sorridente, que o ciclista solitário contou ao Portal SelesNafes.com sua aventura sobre duas rodas.

O primeiro grande desafio aconteceu quando ele e alguns amigos atravessaram o Canadá de uma ponta a outra em 2009.

“Com meus amigos, saímos de Quebec e fomos até Vancouver, que fica na costa oeste do Canadá. Não sou grande atleta. Eu gosto muito de aventura. Essa sensação de dormir na barraca e acampar na floresta, ou em qualquer lugar, é muito boa”.

Charles Leniux, de 34 anos, começou a pedalar longas distâncias em 2009. Fotos: André Silva/SN

A segunda jornada aconteceu em 2016, quando Charles pedalou, sozinho, pelas Américas. Saiu de sua cidade natal até Ushuaia, na terra do fogo (Argentina). Em seguida, retornou de avião para Quebec. A viagem durou 2 anos e ele percorreu 37 mil quilômetros.

Em 2019, começou a terceira peregrinação de onde parou – na Argentina. Nesta, percorreu mais 20 mil km, chegando até a cidade de Pinheiros, no Maranhão. Infelizmente, a aventura teve que ser interrompida por causa da pandemia de covid-19. Assim, retornou ao Canadá.

Com o recuo da pandemia, ele retomou. Há dois meses, percorre a região norte do Brasil. Passou pelo Pará, pela Transamazônica, indo até Santarém, onde pegou um barco e chegou ao Amapá, pelo Porto de Santana na manhã de segunda-feira (15).

Na bicicleta, que tem pouco mais de 4 anos de uso, ele carrega tudo o que precisa: fogão, ferramentas, barracas, alimentos, roupas e saco de dormir.

Em Quebec, tem familiares e a noiva o esperando – ela nunca encara a jornada.

“Ela não gosta (risos)”, reforçou.

Na bicicleta, ele carrega tudo o que precisa…

… desde fogão, ferramentas, barracas, alimentos, roupas e saco de dormir

Para manter o hobby, Charles trabalha por temporada: um ano inteiro passa economizando dinheiro para, então, fazer o que ama por dois anos ou mais.

O acolhimento do ciclista aventureiro no Amapá ficou por conta do professor universitário Gutemberg de Vilhena Silva, de 43 anos. Eles se conheceram por meio de um aplicativo voltado a promover encontro entre pessoas que gostam de viajar. Não é a primeira vez que o professor abriga viajantes em sua casa em Macapá.

Charles foi recebido no Amapá pelo professor universitário Gutemberg de Vilhena

“Antes dele, veio um polonês, na verdade, o cara era meio bielorrusso e polonês. Ele estava nessa pegada, só que de avião. Eu gosto de gringo porquê dá pra treinar o inglês, o francês”, explicou o Gutemberg.

Sobre acompanhar o amigo viajante, o professor se esquiva.

“Não cara, ta doido! (risos). Vou de carro, de avião…(risos)”.

O próximo destino de Charles agora é a Guiana Francesa, Suriname e República da Guiana.

Seles Nafes
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