Por SELES NAFES
29 de julho foi mesmo um dia atípico na política do Amapá, e não apenas pelo fato de a Polícia Federal ter cumprido um mandado de busca no gabinete do prefeito de Macapá. Nesse mesmo dia, horas depois da operação, o prefeito Dr Furlan (Cidadania) também promoveu a maior demissão em massa de sua gestão. Tudo a ver com o lançamento da primeira dama Rayssa Furlan (MDB), ao Senado.
As cabeças que rolaram eram de indicados por aliados, especialmente Vinícius Gurgel (PL), que era dono de espaços no Bioparque e no Instituto de Turismo (Macatur).
Mas, com exceção de Camilo Capiberibe (PSB) e Leda Sadala (Avante), todos os deputados federais foram atingidos pelas demissões. E vereadores também, como Edinoelson Careca, tiveram os indicados exonerados.
Fontes consultadas pelo Portal SelesNafes.Com nesta terça-feira (2) revelaram os bastidores das demissões. Dr Furlan teria deixado claro que poupará apenas os que já se comprometeram em apoiar a primeira-dama.
Os que perderam espaço têm uma coisa em comum: declararam apoio público à reeleição do senador Davi Alcolumbre (UB), que agora virou o principal desafeto político de Dr Furlan.
O Diário Oficial traz exonerações nas secretarias de Obras, Saúde, Habitação, Educação, Planejamento, Transparência, Gabinete Civil, Bioparque, Macatur, entre outros, num total de aproximadamente 150 demissões.
Procurada para comentar as demissões em massa, a assessoria de comunicação da prefeitura enviou o seguinte comunicado.
“A Prefeitura de Macapá esclarece que as exonerações de servidores municipais, publicadas em Diário Oficial, foram necessárias para ajuste e equilíbrio orçamentário e fiscal do município no exercício do ano de 2022. Tais medidas NÃO estão relacionadas a grupos políticos”.
Ao fazer essa “limpeza”, Dr Furlan renova o quadro de aliados, mostra pouca flexibilidade e sinaliza que vai impor a sua vontade, sem medo de usar a máquina que governa.