Por SELES NAFES
O presidente do MDB do Amapá e candidato ao governo, Gilvam Borges, não para de surpreender os mais experientes na política do Amapá. Depois de ameaçar expulsar do partido a primeira dama e candidata ao Senado, Rayssa Furlan, ele fez um acordo nos bastidores e cancelou a convocação da comissão de ética que avaliaria uma denúncia de infidelidade partidária contra a primeira-dama de Macapá.
A convocação foi feita no sábado (13) para uma assembleia extraordinária da comissão, que seria nesta segunda-feira (15), às 18h. O objetivo era analisar a presença da candidata ao Senado num evento de apoio a Jaime Nunes, ex-aliado e agora adversário de Gilvam na disputa pelo governo.
Ontem (14), no entanto, Gilvam publicou outro documento cancelando a reunião, após ter concluído que Rayssa não cometeu infrações éticas.
“Não houve manifestação oral em favor de outro candidato que não seja do MDB, é razoável e ponderável a reconsideração da convocação da assembleia”, diz Gilvam no novo documento.
Foi mais um capítulo na desastrada gestão de Gilvam no comando do poderoso MDB. No intervalo de apenas um mês, ele se lançou e foi rejeitado como vice, rompeu com o grupo de Jaime Nunes, se lançou candidato ao governo faltando 50 dias para as eleições, e ameaçou expulsar do partido a primeira dama de Macapá, esposa de seu principal aliado, o prefeito Dr Furlan (Cidadania).
Se levasse adiante a possível expulsão, Gilvam entraria em rota de colisão com Dr Furlan e perderia todo o espaço que tem na prefeitura. Pressionado, Gilvam optou pela pacificação nos bastidores aceitando o fraco argumento de que Rayssa não manifestou de forma oral o apoio a Jaime, apesar de ter subido no palanque junto com ele.
Por outro lado, Gilvam mostrou que está de olho no comportamento e vai cobrar fidelidade dos aliados. Resta saber se o agora leniente presidente do MDB permitirá que Rayssa compareça em outros eventos em que Jaime ou outro candidato ao governo estiver.