Em debate na TV, candidatos deixam propostas de lado

Clécio, Jaime e Gilvam protagonizaram quase um vale-tudo
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Por SELES NAFES

O debate da Rede Amazônica para o governo do Amapá, realizado ontem (27) à noite, foi dominado pela troca de acusações entre os três candidatos convidados. A dinâmica que se seguiu por quatro blocos foi de Gilvam atacando Jaime, que atacou Clécio, que atacou Jaime. Menos de 10% do tempo foi utilizado para debater propostas.

No primeiro bloco, Clécio perguntou a Jaime o que ele tinha feito como vice-governador pela saúde, e se costumava visitar unidades hospitalares

Jaime respondeu que visitava hospitais, mas, ao explicar atribuições do poder público sobre a saúde, se enganou ao informar que a alta complexidade era atribuição do governo federal. Ele explicou que pretende descentralizar o atendimento com o “Saúde Já”, um plano emergencial de atendimento que prevê a locação de equipamentos e contratação de profissionais. No fim da resposta, Jaime acusou a coligação de Clécio de proibi-lo de exibir as imagens da propaganda eleitoral que gravou dentro do HE.

Na réplica, Clécio respondeu que não tem poderes para proibir um vice-governador, e o acusou de levar quatro anos para descobrir o caminho do HE. Para Clécio, Jaime teve oportunidade de contribuir para mudar a rede pública, e não o fez. Ele terminou a resposta afirmando que como prefeito da capital deixou 69 obras prontas de saúde e novas Unidades Básicas de Saúde abastecidas, e que a alta e média complexidade são responsabilidade do Estado.

Jaime perguntou a Gilvam se ele concordava com a proposta de alugar emergencialmente equipamentos e contratar profissionais para acelerar o atendimento, itens de seu plano de governo.

Jaime acusou Clécio de receber benefícios como professor irregularmente

Clécio acusou Jaime de ter sido omisso por 4 anos como vice-governador

Gilvam respondeu que sim, mas acusou Jaime de proferir propostas mentirosas, e afirmou que se ele quisesse ajudar a rede de saúde como vice-governador teria solicitado ao governo o gerenciamento político da Secretaria de Saúde. Ele também acusou Jaime de ser um “moedor de sonhos”, e que teria atuado para “quebrar” empreendimentos menores que os dele.

Jaime acusou Gilvam de ser mentiroso, e que a população conhece a fama dele. O atual vice-governador disse que teve disposição, mas não teve oportunidades dentro do governo. Jaime acusou Gilvam de tê-lo atacado durante toda a campanha de primeiro turno.

No segundo bloco as acusações continuaram mutuamente, com Gilvam atacando Jaime, a quem chamou de homem sem palavra, corrupto e “tubarão branco”, e acabou não fazendo nenhuma pergunta. Visivelmente nervoso com as provocações, Jaime tentou devolver afirmando que Gilvam responderá às acusações em ações judiciais, e o acusou de ser um “laranja” na eleição, plantado apenas com o objetivo de atacá-lo.

Sobre o tema educação, que foi sorteado, Jaime preferiu não debater proposta e perguntou a Clécio porque ele recebeu progressões sem estar em sala de aula.

Gilvam acusou Jaime de quebrar pequenos empreendimentos

Clécio confirmou a informação, e disse que foi beneficiado junto com 12 mil professores do Estado. E que o benefício foi atualizado quando ele deixou de ser prefeito e se reapresentou à Seed, num procedimento rotineiro para qualquer servidor público. Clécio aproveitou para garantir que irá também atualizar todas as progressões da educação aproveitando que existe o novo Fundeb, e as demais categorias também serão atualizadas sem dificuldade. Clécio finalizou afirmando que Jaime teve a chance de trabalhar, mas lembrou que ele tem afirmado que só atuou durante 17 dias em 4 anos, recebendo R$ 1 milhão, no total.

Nos blocos seguintes, o que se viu foi uma repetição dos dois primeiros blocos, com pouquíssimas propostas, e muito ataque e contra-ataque. Num dos raros momentos produtivos do debate, Clécio explicou porque desenvolvimento econômico não é inimigo do meio ambiente, e que os órgãos de licenciamento precisarão passar por uma restruturação. 

Jaime, por exemplo, acusou Clécio de ter perdoado ilegalmente dívidas de empresas de ônibus, e de ter recebido propina para isso por meio do pagamento de depósitos bancários. Clécio negou o perdão de dívidas, e acusou Jaime de estar propagando fake news. Ele também disse que já está com o extrato bancário de sua conta, e que pretende exibir publicamente. No debate na TV, não é permitida a exibição de documentos.

 

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