Líder da FTA é transferido para penitenciária federal

Tio Chico teve a transferência solicitada pelo Gaecco
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Por LEONARDO MELO

Está sendo transferido na tarde desta sexta-feira (23) para a penitenciária federal de segurança máxima de Mossoró (RN) o traficante Ryan Richelle dos Santos Menezes, o Tio Chico, considerado o principal líder da facção Família Terror do Amapá (FTA). O pedido foi feito pelo Grupo de Atuação e Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do MP Estadual ao Tribunal Regional Federal da 5ª Região.

No pedido, o Gaeco afirma que Tio Chico tem status de líder máximo dentro da facção, considerado a “voz maior”, e que desde que foi preso em Matogrosso e trazido ao Amapá ele acirrou a rivalidade entre o grupo e adversários no tráfico de drogas. 

De acordo com as investigações, desde a chegada dele ficaram cada vez mais comuns os “salves” (ordens para matar adversários). Além disso, Tio Chico teria confessado que lidera uma espécie de consórcio das drogas, o que possibilita comprar entorpecentes em grande quantidade por preços menores dos estados da Bahia e Matogrosso .

O Gaeco também cita no pedido que Tio Chico confessou que pratica lavagem de dinheiro por meio da compra de bens legais com o dinheiro do tráfico.

A defesa do traficante foi contra a transferência dele para Mossoró alegando que ele sofre de depressão e tuberculose, e que o estado de saúde do traficante requer cuidados. No entanto, exames teriam comprovado que a doença está sob controle, e que Tio Chico pode fazer o tratamento da depressão no ambulatório da penitenciária.

Agentes do Gaeco e da PF acompanham chegada de Tio Chico no Aeroporto de Macapá

O Gaeco apresentou ainda diálogos trocados entre o líder da FTA e outro interno onde ele afirma que estaria fingindo ter sintomas mais severos de doenças por “ser um grande artista” para continuar preso na enfermaria do Iapen, de onde continuou comandando crimes e recebendo celulares. 

No início do mês, Tio Chico foi um dos alvos da Operação Queda da Bastilha, deflagrada pela PF e Gaeco, e que culminou na prisão do delegado da DTE, Sidney Leite, além de duas advogadas. No mesmo dia, um detento investigado por ligação com o grupo foi encontrado morto em uma das celas com sinais de estrangulamento.

“Com efeito, as razões apresentadas pelo requerente, bem como o acervo documental que instruiu o pleito de inclusão, evidenciaram o alto risco que o interno representa à sociedade, isso porque, apontado como um dos principais líderes da organização criminosa F.T.A. – Família Terror do Amapá,  ocupando posição hierárquica acima dos demais líderes, mesmo recluso no sistema prisional estadual, continua exercendo sua liderança e praticando ações criminosas, conforme destacou o juízo estadual”, comentou o juiz federal Walter Nunes Júnior, que deferiu o pedido.

Tio Chico chegou no Aeroporto Internacional de Macapá acompanhando de uma gigantesca escolta de policiais penais, federais e do Gaeco. Ele embarcou há pouco num avião da Azul com destino ao Rio Grande do Norte, onde deverá permanecer por no mínimo dois anos.  

Seles Nafes
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