Deputada eleita gastou fundo eleitoral com harmonização facial, diz MP Eleitoral

Silvia Waiãpi teria usado R$ 9 mil, segundo depoimento e provas apresentadas pela ex-coordenadora da campanha
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Por SELES NAFES

O Ministério Público Eleitoral ajuizou uma ação no TRE do Amapá pedindo que a deputada federal eleita, Silvia Waiãpi (PL), não seja diplomada. Com base na denúncia feita pela ex-coordenadora da campanha, Silvia está sendo acusada de usar o fundo eleitoral para pagar um tratamento de harmonização facial.

A representação foi construída a partir do depoimento espontâneo da jornalista Maitê Mastop, que procurou o MP Eleitoral no dia 21 de setembro para fazer a denúncia. Segundo ela, as duas brigaram justamente por causa do uso indevido do dinheiro do fundo, que é público.

Maitê contou que foi contratada por R$ 50 mil para coordenar a campanha de Silvia Waiãpi, que é ex-oficial do Exército e de origem indígena. Ela foi eleita com pouco mais de R$ 5,4 mil votos com o discurso de apoio ao presidente Jair Bolsonaro.

A ex-coordenadora contou aos procuradores eleitorais que o crime teria ocorrido no dia 29 de agosto, quando Maitê foi até a clínica odontológica onde a então candidata estava sendo submetida à harmonização facial.

Foi quando ela teria recebido a ordem para pagar o tratamento com o dinheiro do fundo que havia acabado de ser transferido por Silvia para a conta pessoal de Maitê, mas que seria referente a seus honorários como coordenadora. Silvia teria prometido ressarcir Maitê a partir do dia 5 de setembro.  

Maitê conta que executou a ordem, e transferiu R$ 9 mil para o centro estético, em parcelas de R$ 2 mil e R$ 7 mil. Todos os comprovantes foram apresentados pela ex-coordenadora de campanha ao MP Eleitoral.

Comprovantes de repasses

Recibo emitido pela clínica de odontologia

Campanha de Silvia recebeu R$ 100 mil do fundo eleitoral do PL

Fraude

Ainda de acordo o depoimento de Maitê, houve uma tentativa de acobertamento contábil do gasto ilegal por meio do escritório de contabilidade contratado pela campanha.

“A falta de credibilidade nos gastos, assim, decorre no gasto ilícito promovido e da tentativa de encobertar os valores gastos com diversas rubricas sob a forma de gasto com o pagamento da coordenadora”, diz o procurador eleitoral Pablo Luz.

“Não bastasse isso, tais gastos foram travestidos como se fossem a contraprestação pelos serviços prestados por Maitê, cujo depoimento contradiz veementemente tal possibilidade”, acrescentou.

O MP Eleitoral está pedindo a quebra do sigilo bancário da acusada e que ela apresente contestação no prazo de 5 dias. Ao final do processo, Pablo Luz pede o cancelamento da diplomação ou a cassação.

O Portal SelesNafes.Com tenta contato com a deputada federal eleita Silvia Waiãpi.

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