Mãe é presa por deixar marido estuprar as filhas pequenas em troca de alimento

O crime teria ocorrido durante pelo menos 4 anos, em Tracajatuba, comunidade rural do município de Ferreira Gomes, a 136 km de Macapá.
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Por RODRIGO ÍNDIO

O padrasto de três meninas pequenas e a mãe delas foram presos na última quinta-feira (6) pela Polícia Civil do Amapá. O homem, de 29 anos, é acusado de estuprar as enteadas em troca de alimento e, segundo a polícia, com o consentimento da mãe das crianças, que tem 37 anos.

O crime teria ocorrido durante pelo menos 4 anos, em Tracajatuba, comunidade rural do município de Ferreira Gomes, cidade a 136 quilômetros de Macapá.

Segundo a investigação, a menina mais velha, hoje com 12 anos, começou a ser abusada aos 5 anos de idade, em troca de alimento, a partir do momento em que a família se mudou para a comunidade.

Depois que suas irmãs menores, hoje com 10 e 8 anos, foram crescendo, o padrasto passou a fazer o mesmo com elas – e com o aval da mãe, diz a polícia.

Crime foi investigado pela equipe da Delegacia de Ferreira Gomes

A mulher e o companheiro também cometiam maus-tratos contra as meninas. Em razão disso, em 2017, eles perderam a guarda das crianças que passaram a ficar sob os cuidados dos tios maternos.

De acordo com delegado Felipe Rodrigues, titular da delegacia de Ferreira Gomes, o caso chegou ao conhecimento da polícia em setembro de 2022, através de relatório do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) da cidade. Com isso, o delegado iniciou a investigação.

Após coletar provas, solicitou a prisão do padrasto e da mãe das vítimas à Justiça, por estupro de vulnerável. Os mandados foram expedidos e cumpridos na última quinta-feira (6).

Policiais foram de lancha até Tracajatuba

Delegado Felipe Rodrigues: “A mãe foi ‘enceguerada’ por esse amor”. Foto: Rodrigo Índio/SN

“A mãe foi ‘enceguerada’ por esse amor [pelo companheiro]. Foi relatado, ainda, que quando ela [mãe], que era para ser símbolo de amor e proteção, presenciava os abusos, batia nas crianças, culpando-as. Quando foram resgatadas pelos tios, as crianças estavam bastante desnutridas, ficaram até internadas para se recuperar”, detalhou o delegado.

A tia, chamada de guardiã, solicitou uma medida protetiva para as crianças no ano de 2019. O abusador e a mãe estavam rondando a escola onde as meninas estudavam, para intimidá-las. As vítimas foram submetidas a exame de conjunção carnal, que comprovou os abusos.

O casal negou tudo em depoimento. Mesmo assim, o homem e a mulher, que não tiveram os nomes divulgados pelas autoridades, foram encaminhados para audiência de custódia. A Justiça decidirá por manter ou não a prisão dos dois.

Seles Nafes
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