Da Redação
A Polícia Federal iniciou uma investigação contra suspeitos de promover migração ilegal e navegação perigosa na fronteira do Amapá com o Platô das Guianas.
O ponto de partida para essas viagens ilegais é o município de Oiapoque, a 590 km de Macapá, onde foram cumpridos, nesta terça-feira (8), três mandados de busca e apreensão em residências de investigados.
As investigações iniciaram em fevereiro deste ano, quando familiares denunciaram o desaparecimento de uma brasileira, que embarcou numa dessas viagens clandestinas com destino ao Suriname.
Durante a rota ilegal, o barco chocou-se contra uma pedra, provocando um solavanco, que arremessou a mulher no mar da Guiana Francesa. Ela foi levada pela força da correnteza. Os demais ocupantes da embarcação nada sofreram.
Com coleta salva-vidas, a mulher ficou por cerca de 12 horas boiando em alto mar, até que conseguiu alcançar uma praia. O local era inabitado, e ela ficou lá durante quatro dias, sem comida e água.
Ela só foi resgatada quando policiais da Guiana Francesa faziam patrulhamento marítimo de rotina no local e a avistaram. Eles prestaram os primeiros socorros e salvaram a vida dela.
Segundo a PF, além de a embarcação que partiu do Brasil não ter qualquer autorização legal, os responsáveis por ela – o piloto e o proprietário – não comunicaram às autoridades o desaparecimento da passageira. Por isto, nenhum trabalho de resgate foi feito. A brasileira foi salva por acaso.
De acordo com a PF, os crimes investigados têm penas que, somadas, podem chegar a 10 anos de prisão e multa.