Por SELES NAFES
Os 2,5 mil trabalhadores diretos e terceirizados da Jari Celulose vivem um dia de cada vez para sobreviver. Muitos têm contado com as cestas básicas doadas pela prefeitura de Laranjal do Jari, no sul do Amapá. A empresa não opera desde junho deste ano, depois de um acidente numa caldeira, e os funcionários não recebem os salários desde então.
Mas como o que está ruim sempre pode ficar pior, no último dia 23 de outubro um desabamento inutilizou um dos portos da fábrica. O incidente não chegou a isolar o complexo industrial porque a empresa possui outro porto para desembarque de produtos químicos, sal e outros insumos, por onde será possível escoar a produção. O problema é que não há produção há cinco meses.
A Jari Celulose fica do outro lado do rio Jari, em Almeirim (PA), mas movimenta toda a economia do Vale do Jari, composto por Laranjal e Vitória do Jari, no sul do Amapá. A empresa tem quase 800 funcionários diretos, mas os terceirizados que atuam na operação florestal e de transportes elevam o total para 2,5 mil trabalhadores, a maioria mora no Amapá.
Na semana passada, representantes da Jari Celulose reuniram os funcionários e informaram o que está sendo feito para regularizar a situação.
“Nos disseram que estão negociando crédito de carbono, vendendo apartamento de R$ 15 milhões e outras operações para levantar mais de R$ 65 milhões. Disseram que a maior parte será para pagar dois meses de salários dos trabalhadores dos quase 5, e o restante para reiniciar a operação”, explica o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Celulosa (Sintracel), Ivanildo Uchoa.
Segundo o sindicalista, a empresa também informou que o plano de recuperação inclui a suspensão de contratos de trabalho. O Portal SelesNafes.Com tenta contato com a empresa.
Antes de paralisar em junho, a Jari Celulose estava produzindo entre 14 e 15 mil toneladas de celulose. Toda a produção é vendida para a China. A empresa foi criada em 1967.