Por ANDRÉ SILVA
O Cemitério Nossa Senhora da Conceição, localizado no Centro de Macapá, é o mais antigo da capital e abriga sepulturas de pessoas ilustres que fizeram história no Estado.
Por isto, no Dia de Finados, há quem visite não apenas os túmulos de entes queridos, mas também desses personagens que estão no primeiro escalão da memória política amapaense.
O ambiente é triste e reflexivo, contudo, entre um corredor apertado e outro, é possível observar alegria e contentamento, principalmente entre amigos que não se viam há muito tempo.
Há alegria também na sepultura do ex-prefeito e ex-governador do Amapá, Aníbal Barcellos. Ele é visto pelos visitantes do seu mausoléu como o político que mais ajudou no desenvolvimento do estado.
Durante o tempo que a reportagem esteve no local, o túmulo do comandante foi visitado por amigos e admiradores, como a servidora pública Georgete Pinon.
“Se esse lugar virou estado foi graças ao trabalho do nosso comandante Barcellos. Todos os anos eu acendo uma vela pra ele”, revelou.
O professor Nilson Fonseca, de 51 anos, também é admirador do político. Ele disse que o sogro está sepultado naquele cemitério. Depois de homenagear o ente, sempre passa pela sepultura do ex-governador para acender uma vela e lembrar dos tempos que Barcellos governou o estado.
“Todos os anos eu venho aqui. Venho ao túmulo do nosso comandante, que foi um grande governador do estado. Como eu sou amapaense e ele foi governador duas vezes, acabei pegando simpatia pelo Barcellos. Foi um grande homem”, elogiou o professor.
Outra sepultura bastante visitada é da esposa do ex-governador Janary Gentil Nunes, a professora Iracema Carvão Nunes, que inclusive foi homenageada com seu nome usado em uma das principais avenidas do Centro da capital.
Há também o túmulo do menino Aquino Anaice, que morreu aos 12 anos, devido a complicações cardíacas. Para muitos, ele é milagroso.
Por isso, quem passa para visitar um parente, sempre acaba acendendo uma vela e fazendo pedidos a sepultura de Aquino, aonde também deixam ‘mimos’ de criança, como brinquedos e bibelôs.
Segundo a administradora do lugar, Francisca Ramos, o cemitério tem 1958 sepulturas. Em cada uma podem estar sepultadas entre 2 a 6 pessoas. Ela assegurou que não há mais espaço para abertura de novas covas.
“Aqui, foi um dos primeiros cemitérios que abriu. Por isso, há pouco espaço para caminhar. Não tem mais espaço para abrir covas, só é enterrado aquele que já tem um lote”.