Por LEONARDO MELO
O policial militar acusado de matar pelas costas um jovem de 23 anos durante uma confusão num campo de futebol, na zona norte de Macapá, virou réu no processo por homicídio. A juíza Lívia Cardoso, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, aceitou a denúncia por homicídio qualificado oferecida pelo Ministério Público do Estado.
O homicídio ocorreu por volta das 22h30min do dia 5 de novembro, num campo de futebol no Bairro Infraero I. De acordo com a denúncia, policial Fábio Corrêa, que é vizinho do campinho, teria se irritado quando a bola bateu na fiação elétrica e deixou sua residência no escuro. Ele foi até o campo, quebrou os refletores e, no meio da confusão, atirou contra Luís Ângelo Baía. Ele morreu no local com um tiro pelas costas.
O policial foi preso em flagrante ao se apresentar na delegacia acompanhado de advogado, e a prisão foi transformada em preventiva na audiência de custódia sob o argumento de garantia da ordem pública. O policial disse em depoimento que agiu em legítima defesa, pois a vítima estava armada.
O delegado Wellington Ferraz, que esteve no local, afirmou que nenhuma arma foi encontrada pela perícia. No entanto, quando a Politec deixava o local, policiais militares chamaram os peritos e informaram que encontraram uma arma próxima da cena do crime, o que foi contestado pela Polícia Civil e levado em consideração pelo juiz da custódia para decretar a preventiva.
Na denúncia, o promotor Eli Oliveira disse que “o crime teve motivação fútil, visto que o denunciado, sobre o pretexto de impedir populares de jogarem futebol e atingirem sua residência com bolas, efetuou diversos disparos com arma de fogo, resultando na morte brutal da vítima, conduta repudiada por toda a sociedade de bem”.
A juíza Lívia Cardoso mandou intimar testemunhas e deu 15 dias de prazo