Por ANDRÉ ZUMBI
Uma psicóloga da Polícia Civil do Amapá vive um drama peculiar. Especialista em atender crianças e adolescentes vítimas de violência sexual, Denise Morelli foi diagnosticada com um tumor na base do crânio. A doença já causou paralisia em um lado do rosto, além de constantes convulsões. Morelli teve que vender um apartamento da família para custear o tratamento, mas o comprador não cumpriu o acordo.
Denise foi diagnosticada com a doença este ano. Segundo os médicos, trata-se de um tumor com tendência a se tornar maligno. A massa está localizada entre o crânio e o olho direito da psicóloga e quanto mais ele cresce, mais o globo ocular direito é empurrado para frente.
No dia 8 de dezembro, ela passou por cirurgia, mas a massa pode voltar a crescer. Por isso, será necessário que ela inicie o tratamento por radioterapia.
Calote
A psicóloga tem passado dificuldades financeiras para se manter em São Paulo, cidade onde fez a cirurgia. Sem receber os plantões pela Politec e sem dar aulas nas faculdades em que atuava, o salário diminuiu muito, obrigando-a a vender móveis e o apartamento que tinha em Macapá.
No entanto, a pessoa que comprou o imóvel deu apenas R$ 5 mil de entrada, se mudou para o apartamento e não pagou o restante o valor acertado. Agora, ela tenta reaver o bem por meio judicial.
Além disso, Denise Morelli entrou no cheque especial e deve R$ 7 mil aos bancos. Com o dinheiro da venda do imóvel e de outros objetos, ela alugou um apartamento e comprou mobília usada.
Drama em dobro
A psicóloga ainda tem que enfrentar uma outra dificuldade. Recentemente, a mãe dela foi diagnostica com leucemia. Dias depois, ela também contraiu covid-19 e está entubada em um hospital próximo a cidade de onde Denise Morelli faz o tratamento. Desesperada, a psicóloga clamou por socorro.
“Eu preciso de socorro! Estou em um momento de desespero, de grande necessidade. Peço humildemente, encarecidamente, se Deus tocar no seu coração e se você puder me dar alguma ajuda, eu peço que Deus te abençoe grandemente. E eu espero poder reencontrá-los e retribuir esse amor. Muito obrigada”, pediu com lagrimas a psicóloga.
Denise disse que o tratamento pode durar até cinco anos, dependendo de como o organismo reagir à radioterapia, mas como não tem condições financeiras para custeá-lo.
Comovida com a situação da amiga que já foi sua professora de Direito, a jornalista Maitê Mastop decidiu intervir e ofereceu ajuda. Ela pediu permissão à medica para começar uma campanha nas redes sociais com o intuito de arrecadar dinheiro para custear parte do tratamento. Contou que recentemente perdeu a mãe para o câncer e entende bem pelo que a psicóloga está passando.
“Importante é a gente se colocar na dor do outro. Minha mãe faleceu de câncer. Tivemos que mudar nossa vida pela saúde da minha mãe. Trocamos de cidade e abandonamos tudo para começar do zero. Só realmente quem já passou por isso, para sabe a dificuldade. Imagina você mudar sua vida em busca de cura e ainda ser lesada em uma venda de imóvel. Imagine a o desespero”, considerou a jornalista.
Para ajudar a psicóloga disponibilizou o Pix [email protected].