Ex-funcionários da Sião Tur sofrem para receber dívidas trabalhistas

Segundo o sindicato dos rodoviários, cerca de 400 ex-funcionários da empresa ainda esperam para receber os direitos trabalhistas
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Por ANDRÉ ZUMBI

Ex-funcionários da empresa de ônibus Sião Tur cobram pagamento de dívidas trabalhistas. Eles denunciam que devido ao grande volume de processos, muitos trabalhadores vêm recebendo as dívidas parceladas.

O Sindicato dos Rodoviários calcula que cerca de 400 trabalhadores estão nesta situação. Na última segunda-feira (5), alguns deles protestaram em frente ao Ministério Público.

Segundo a ex-cobradora Geane Ribeiro, as parcelas são irrisórias, de até R$ 124 ou R$ 180 por mês.

“Porque esses processos foram distribuídos em várias varas [da Justiça], tem vara que ele [dono da empresa] deposita R$ 10 mil outra R$ 15 mil. Mas acontece que muitas pessoas da prioridade não recebem, como um amigo nosso que está com câncer ele está na prioridade, mas não conseguiu receber ainda nada”, desabafou.

Ela trabalhou nove anos na empresa. Teve apenas uma audiência na Justiça do Trabalho que aconteceu há dois meses, mas a sentença ainda não saiu.

Eles protestaram em frente ao MPE. Fotos: Divulgação

Durante todos esses anos de trabalho, a empresa não depositava seu Fundo de Garantia por tempo de Serviço (FGTS), nem os salários atrasados ou multa rescisória.

A última parcela do seguro desemprego terminou esse mês. Há, segundo ela, um saldo de R$ 4 apenas em sua conta de FGTS. Para sobreviver, ela e o marido têm feito bicos.

“Estou deixando currículo por aí, mas você sabe como está de emprego”, lamentou a ex-cobradora.

O Sindicato explicou que devido ao grande número de processos, a Justiça decidiu distribuí-los para outras varas.

Trabalhadores reclamam do parcelamento

“Essa Sião Tur tem ação em oito varas. Tem vara que ela tem de trinta a quarenta ações. O que os juízes estão fazendo, por exemplo: na terceira vara tem trinta trabalhadores e a empresa tem que te pagar R$ 50 mil, mas tem dezenove pessoas na tua frente, quando a empresa deposita esse dinheiro é dividido entre os trabalhadores. Me diz, quando a empresa vai terminar de pagar?”, questionou, indignado, o diretor do sindicato, Marx Delis.

Ele cobra penhora de bens da empresa para pagamento das dívidas.

Sião Tur Pode voltar

No dia 11 de novembro, o juiz Diogo de Souza Sobral, da 2ª Vara Cível e de Fazenda Pública de Macapá, decidiu suspender a decisão da Prefeitura Municipal de Macapá, que cancelava a permissão a Sião Tur de continuar atuando na prestação de serviço de transporte público na capital.

A administração pública afirma que a empresa não estava efetuando o serviço de forma a contento na cidade.

Sião Tur tenta voltar a operar em Macapá

“Defiro a liminar para suspender os efeitos do ato administrativo de suspensão das atividades da impetrante, na prestação de serviço de transporte coletivo, até o julgamento do mérito”, diz a decisão.

A Sião Tur não se pronunciou sobre os protestos dos trabalhadores. A empresa segue sem prestar serviços dentro da cidade.

Seles Nafes
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