Nutricionista e policial penal são condenados por crimes dentro do Iapen

Letícia Kenya se defendeu no processo alegando que recebeu ameaças para participar do esquema
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Por LEONARDO MELO

A nutricionista Letícia Kenya Kemmer Staut Ferreira e o policial penal Dorielson Santos Picanço foram condenados à prisão, em regime fechado, por diversos crimes cometidos dentro do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen). Mas, por enquanto, apenas a nutricionista poderá recorrer em liberdade. O policial está preso desde o início do ano, quando houve a operação comandada pela Polícia Federal, Polícia Penal e MP.

Numa sentença longa de 38 páginas, o juiz Diego Moura, da 1ª Vara Criminal de Macapá, concluiu que os dois fizeram parte de uma associação criminosa para facilitar a entrada de drogas, celulares, chips, uma arma de fogo e munições.

No dia 1º de fevereiro, uma força-tarefa apreendeu em uma caixa deixada na cozinha do presídio 9 quilos de maconha, dois quilos de cocaína, balança de precisão, 66 munições e um revólver calibre 38, além de 48 aparelhos celulares e chips de telefone.

As investigações concluíram que Letícia Kenya, então funcionária da empresa contratada pelo Iapen, recebeu a caixa com materiais ilícitos numa colaboração com o preso Rafael Mendonça, encontrado morto num dos pavilhões logo após a operação. O caso é tratado como queima de arquivo, e a punibilidade dele foi extinta pela justiça.

No processo, a defesa da nutricionista afirmou que ela não sabia que havia arma e munições na caixa, e que foi ameaçada por Rafael a participar do esquema. No entanto, testemunhas revelaram que os dois tinham intimidade no dia a dia, e a polícia demonstrou que ambos tinham o contato um do outro em seus telefones.

Materiais que foram apreendidos estavam na caixa recebida pela nutricionista

Policial penal é preso acusado de participar do esquema. Foto: Olho de Boto

Quanto ao policial Dorielson Picanço, este teria abandonado de propósito o posto de trabalho na central de monitoramento por câmeras no exato momento em que a caixa foi desembarcada na cozinha aos cuidados de Letícia. A PF também encontrou no celular de Rafael Mendonça o contato do policial, que era identificado na agenda do aparelho dp preso como “corre”, gíria para serviços ilegais.

Dorielson também se defendeu no processo afirmando que saiu do posto apenas para tomar um café. O advogado dele pediu a nulidade das provas encontradas em seu celular por irregularidade processual.

A nutricionista foi condenada a 9 anos e 3 meses de prisão, além de multa. Ele poderá responder ao processo em liberdade. Já o policial penal foi condenado à perda do emprego, além de 11 anos de prisão em regime fechado, e continuará preso enquanto recorre da decisão.

Seles Nafes
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