Por RODRIGO ÍNDIO
Será que é autismo? Essa dúvida é bastante comum entre pais e mães de crianças com dificuldade de comunicação, formas particulares de interação ou com alguns ’tiques’ e comportamentos repetitivos e introspectivos.
Entretanto, vale ressaltar que esses sinais podem ou não ser sintomas do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Mas como ter certeza? O portal SelesNafes.com ouviu profissionais de órgãos sobre como as pessoas podem ter o diagnóstico no Amapá. Mas primeiro: o que é autismo?
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o TEA se refere a uma série de condições caracterizadas por algum grau de comprometimento no comportamento social, na comunicação e na linguagem, e por uma gama estreita de interesses e atividades que são únicas para o indivíduo e realizadas de forma repetitiva.
O TEA começa na infância e tende a persistir na adolescência e na idade adulta. Na maioria dos casos, as condições são aparentes durante os primeiros cinco anos de vida.
Diagnóstico
Na rede pública, de acordo com a fonoaudióloga Sayonnara Pereira, do Núcleo de Avaliação do Neurodesenvolvimento (Nande), órgão sediado no Hospital de Clínicas Dr. Alberto Lima (HCAL), ao ter a suspeita os pais devem primeiro levar o filho ou filha para passar por uma consulta com um médico pediatra ou clínico geral.
“O responsável deverá obter um encaminhamento médico, numa UBS por exemplo, solicitando consulta com neurologista e/ou neuropediatra para investigação de autismo. Depois, deve ir até o Nande nos dias de marcação, que acontecem todas as quartas e sextas-feiras pelo turno da manhã, levando todos os documentos da criança e o encaminhamento”, explicou.
O encaminhamento também pode ser solicitado posteriormente ao atendimento do paciente no ambulatório de consultas do HCAL.
No Nande, a avaliação pela equipe multidisciplinar [integrada por médicos neuropediatra e neurologista, psicólogo, terapeuta ocupacional e fonoaudióloga] será agendada e, por intermédio dela, os exames laboratoriais poderão ser solicitados.
Posteriormente, a equipe produzirá um relatório que será entregue aos pais ou responsáveis da criança com o diagnóstico completo.
Os transtornos de neurodesenvolvimento não têm cura, mas quanto mais cedo houver diagnóstico e acompanhamento especializado, melhor será a qualidade de vida da criança.
Carteirinha e benefícios
Conforme o Governo do Amapá, a Carteira de Identificação da Pessoa com Autismo é um documento válido no âmbito estadual para comprovação do direito aos benefícios previstos em leis e outros atos normativos.
Ela permite isenção do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA); direito a meia-entrada em sessões de cinema, teatro, espetáculos esportivos, shows e outros eventos culturais exibidos nas salas e casas de espetáculos instaladas no Estado.
Oferece ainda horário especial ao servidor público com autismo e ao servidor que cuida diretamente da pessoa com autismo (cônjuge, companheiro, pai, mãe, tutor, curador ou responsável legal), tendo a redução de 50% na carga horária de trabalho; atendimento prioritário em estabelecimentos públicos e privados.