Por RODRIGO ÍNDIO
Elina Nunes, de 63 anos, mora há quase duas décadas na área de ressaca da Avenida Violeta Mont’Alverne, no Bairro Novo Buritizal. Na quinta-feira (29), ela participou do sorteio dos imóveis dos Conjuntos Habitacionais Congós e Aturiá, que ocorreu no Palácio do Setentrião, em Macapá.
A pensionista, que é mãe e avó, disse estar vivendo um antigo sonho de sair da área alagada para um apartamento em terra firme.
“São 12 anos esperando o conjunto dos Congós, esse é o meu sonho e da minha filha que se concretiza, não só nosso, mas de muitos que vivem ali. É um sonho sair do lago e ter uma vida mais digna, pois temos muitos problemas com falta de água e energia, bichos. Queremos sair o mais rápido possível”, confessou.
O motorista Marivaldo Trindade, de 48 anos, teve a casa levada pela maré na orla do Aturiá há cerca de 3 anos. Desde então, ele mora de favor na casa de uma prima junto com o pai e o filho. Para ele, a esperança por dias melhores voltou.
“Para mim esse sorteio representa muito, significa um recomeço que neste ano que finaliza e para o próximo que já quero estar na minha abençoada casinha. Deus seja louvado!”, comemorou.
A 1ª etapa foi de seleção das famílias em situação de vulnerabilidade em área de risco. No caso dos Congós, são pessoas de três passarelas próximas do habitacional. No Aturiá, são famílias que perderam suas casas pelo avanço da maré do Rio Amazonas.
Nessa 2ª etapa, foram sorteados 512 apartamentos no Aturiá e 278 Congós. Já a 3ª etapa trata-se da vistoria dos imóveis, prevista para acontecer em janeiro de 2023. E por fim, vem a 4ª e última etapa.
“Diferentemente dos outros programas do Minha Casa Minha Vida, que as famílias assinam contrato com financiamento imobiliário, nesse caso não, o PAC ele é doado, então eles assinam um termo de doação dessas unidades e eles recebem as chaves até o 1/ semestre de 2023”, ponderou Carlos Eduardo, coordenador de habitação do Amapá.
Os investimentos, com recursos federais e do tesouro estadual, são de aproximadamente R$ 69,5 milhões.