Por ANDRÉ ZUMBI
Contrariados com novas taxas da Companhia de Saneamento do Amapá (CSA) – Concessionária de Água e Esgoto do Estado – em cima do serviço de despejo de dejetos, proprietários de caminhões seca fossa fizeram um protesto nesta terça-feira (3). A empresa informou que faz investimentos na estação de tratamento de esgoto que não estava funcionando adequadamente.
Os donos de caminhões fecharam a Avenida Padre Júlio Maria em frente à sede da Equatorial – consórcio dono da CSA –, na região central de Macapá, contra as novas regras que começaram a valer este ano.
A principal reclamação é o estabelecimento de novas taxas cobradas pela empresa a cada entrada na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), localizada no Bairro Pedrinhas, zona sul da capital.
Segundo os manifestantes, a antiga Caesa – estatal que era responsável pelos serviços – cobrava taxa única de R$ 250 por mês sem limite de quantidade de despejos. Agora, com as novas regras da CSA, cada entrada é cobrada com diferentes valores que dependem do volume a ser despejado. Veja os novos valores:
Volume Taxa
de 00 a 10m³ R$ 70,06
de 11 a 15m³ R$ 105,90
de 16 a 20m³ R$ 141,20
Acima de 20m³ R$ 141,20 + variável¹
R$ 7,06 por m³ adicional
“A população é a que mais vai sofrer porque quem pagava R$ 180 agora vai pagar R$ 250, e vai sentir dificuldade. Esse que é o problema”, pontuou Raimundo Nonato Silva, que trabalha há 1 ano e 6 meses no ramo com 2 caminhões.
Segundo ele, nenhum investimento teria sido feito na ETE que justificasse as novas regras.
No entanto, a CSA afirmou que começou a fazer os investimentos necessários para que o sistema de tratamento do esgoto no local – outrora parado – fosse posto em funcionamento.
Os investimentos foram direcionados no preparo do local para conexão dos caminhões, na retenção de resíduos sólidos e nas demais etapas do tratamento do material que é recebido no local, e que posteriormente será devolvido à natureza.
De acordo com levantamento realizado pela concessionária, 30 empresas estão atuando nesse ramo em todo estado. Juntas, elas descarregam aproximadamente 100 vezes ao dia ETE. Os caminhões têm, em média, a capacidade de transportarem até 10 mil metros cúbicos de esgoto, e cada metro cúbico representa mil litros.
Esgoto no Amapá
Atualmente, o Amapá possui 7% de cobertura de esgoto domiciliar que é coletado pela CSA desde o início de suas operações em julho deste ano. O restante da população utiliza fossas sépticas em suas residências e a coleta do lodo gerado é feito por caminhões de seca fossas, que eram dispostos de maneira irregular na ETE Pedrinhas e sem passar pelo processo de tratamento.
“Esse procedimento era perigoso e oferecia riscos, pois se trata de uma carga de material contaminado. É nesta frente ambiental e de saúde pública que a CSA quer atuar com a nova postura”, afirmou a empresa.