Por SELES NAFES
O empresário do ramo de combustíveis em Macapá, Júlio Farias, de 49 anos, prestou depoimento ontem (18) na Polícia do Senado, no inquérito que investiga ameaças ao senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Apesar das ofensas em redes sociais, ele negou as acusações de que ofereça risco à vida do parlamentar.
Júlio Farias foi preso em Macapá no dia 22 de dezembro, numa operação realizada por policiais legislativos e federais para o cumprimento de um mandado de busca e apreensão. No entanto, o empresário acabou preso quando as equipes encontraram um arsenal composto por armas regularizadas, mas que continham um silenciador comprado sem autorização. Ele foi solto no dia seguinte depois de pagar fiança de R$ 65 mil.
O inquérito da Polícia Legislativa foi aberto após a gravação de um vídeo onde o empresário bolsonarista faz ameaças usando a mesma expressão homofóbica já utilizada por outros desafetos contra o senador em redes sociais.
No depoimento, Júlio admitiu já ter feito postagens anteriores contra o senador, inclusive usando um cartaz escrito “fora Randolfe sua gazela”, a mesma expressão usada no vídeo com as supostas ameaças. No entanto, ao delegado Everaldo Roza, que preside o inquérito, ele negou que tenha tentado ofender ou ameaçar o senador, garantindo que o vídeo se tratava de “brincadeira” com um “amigo” também atirador.
Durante o interrogatório, Júlio Farias admitiu que esteve em Brasília no dia 15 de dezembro no acampamento bolsonarista em frente ao QG do Exército, aproveitando que estava acompanhando a esposa num evento de contabilidade. E negou conhecer George Washington e Diego dos Santos, que são investigados no inquérito que apura a tentativa de explodir uma bomba próximo do Aeroporto de Brasília.
O advogado José Calandrini, que cuida da defesa do empresário, explicou ao Portal SelesNafes.Com que o empresário tinha a prerrogativa de prestar depoimento por videoconferência, mas que decidiu ir à Brasília também para receber de volta os celulares dele que foram apreendidos.
Os aparelhos foram periciados, e o relatório será anexado ao inquérito que será encaminhado à Procuradoria Geral da República. Caberá à PGR oferece ou não denúncia contra o empresário. A compra ilegal do silenciador é investigada em outro inquérito pela Polícia Federal, no Amapá.