Por ANDRÉ ZUMBI
Após a noite sangrenta que deixou cinco homens assassinados entre a noite de terça (10) e a madrugada de quarta (11) na cidade de Santana, a 17 km de Macapá, a Secretaria de Segurança Pública do Amapá (Sejusp) afirmou que as duas facções que deram início à matança estavam unidas até o final de 2022.
Entretanto, afirmou o secretário de segurança, coronel José Mont’Alverne, um ganancia por territórios – sobretudo os mais lucrativos para venda de drogas – provocou um racha entre as facções e deu início à guerra entre elas.
Ele garantiu que a Sejusp monitora os passos das duas organizações criminosas desde o início do ano e sabia que havia uma possibilidade de confrontos.
“Elas estavam unidas até o final do ano passado, mas no início desse ano houve um racha entre elas. No fim do ano passado até o início desse ano eles passaram a se estranhar. Essas mortes que aconteceram são resultado desse desentendimento. Eles se separaram e cada uma foi pro seu lado e a briga por território começou”, enfatizou o secretário.
Ele afirmou, ainda, que todos os alvos desta noite têm envolvimento com o crime organizado. O problema é que os membros das facções agora rivais se escondem em residências em comunidades onde vivem famílias de bem. Por isto, a ordem é reforçar o policiamento nas áreas mais críticas de Santana.
“Estamos com nosso serviço de inteligência em campo. Estamos reforçando o policiamento ostensivo com a Polícia Militar a partir de hoje até a que a situação se normalize. Nosso objetivo é tranquilizar o cidadão, porque os que cometem esses crimes vão direto na casa do cidadão e grande parte tem passagem pelo Iapen ou tem envolvimento com facções criminosas”, afirmou o secretário.
Execuções
As execuções começaram ainda noite de terça-feira. A primeira vítima foi Sérgio da Silva Souza, o Baby, no Bairro Paraíso por volta de 21h40, na esquina da Avenida Dom Pedro I com a Rua Getúlio Vargas. Ele morreu na hora ao ser baleado três vezes nas costas.
O segundo caso ocorreu no Bairro Fonte Nova, por volta de 22h12. A vítima foi Clebson Gomes de Oliveira, de 31 anos. Ele foi assassinado com pelo menos 8 tiros na cabeça e no rosto ao abrir a porta da casa onde morava, na travessa L9, área de pontes.
O terceiro homicídio foi registrado 30 minutos depois, na Comunidade do Ambrósio, Área Portuária da cidade. Lá, Irlan Sanches Serrão, de 17 anos, estava dentro de casa, na Passagem Jesus de Nazaré, quando foi executado com tiros na cabeça e no peito por quatro bandidos que chegaram invadindo a residência. O crime foi cometido na frente de familiares, inclusive havia crianças no local.
A última execução ocorreu por volta de 1h, novamente no Bairro Fonte Nova, onde Carlos Alberto Santos, conhecido como Maraca, de 37 anos, dormia quando foi morto por dois homens encapuzados.