Por SELES NAFES
O ministro Alexandre de Moraes atendeu pedido da Procuradoria Geral da República e autorizou a abertura de inquérito contra parlamentares acusados de incentivar a invasão dos 3 Poderes, no dia 8 de janeiro. Entre os deputados alvos das investigações está a deputada federal Sílvia Waiãpi (PL-AP).
Na decisão, o ministro retirou o segredo de justiça e estabeleceu prazo de 60 dias para a conclusão do inquérito, período em que a PF também deve concluir as diligências que já está fazendo.
Além de Sílvia, os deputados federais André Fernandes (PL-CE) e Clarissa Tércio (PP-PE) são os outros investigados. No caso de Sílvia, durante a invasão ao Congresso, STF e Palácio do Planalto, ela fez postagens e compartilhou vídeos justificando os atos golpistas.
Silvia compartilhou o vídeo de Clarrisa Tércio, onde ela afirma: “acabamos de tomar o poder”. Na postagem em que compartilha o vídeo, a deputada amapaense afirma que a “tomada de poder” ocorria em virtude da insatisfação do povo com o “governo vermelho”. No caso de André Fernandes, a acusação é de que ele participou da convocação dos atos, e postou uma foto de um armário vandalizado no STF com a legenda: “quem rir vai preso”.
Alexandre de Moraes, relator do processo, concluiu que os fatos investigados correspondem aos crimes de terrorismo, associação criminosa, golpe de Estado, ameaça, perseguição, abolição violenta do estado democrático e incitação ao crime.
Sílvia Waiãpi também é investigada pelo MP Eleitoral por desvio de dinheiro do fundo eleitoral para tratamento de beleza, e tem recebido muitas críticas pela tragédia humanitária ocorrida com os yanomamis, em Roraima. Silvia comandou a Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) nos 3 primeiros anos do governo Bolsonaro, com orçamento de R$ 1 bilhão.