Por SELES NAFES
A jovem de 23 anos que foi estuprada dentro do hotel onde estava hospedada, na cidade de Oiapoque (distante 590 km de Macapá), estava passando o feriado de Carnaval com a família e iria visitar parentes na Guiana Francesa. Na tarde de sábado (25), a juíza plantonista Marina Lustosa homologou a prisão preventiva do pescador Evandro do Carmo dos Santos, de 26 anos, autor do crime.
Ele foi preso na última sexta-feira (24) em um barco pesqueiro. O comandante da embarcação, que já estava em alto mar, recebeu ordens da Polícia Civil para voltar ao município. A manobra foi feita sem que o estuprador soubesse. Quando o barco chegou, policiais entraram e o encontraram dormindo.
Ontem, na audiência de custódia, ele ficou em silêncio diante da juíza, que determinou o encaminhamento dele para o Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen), que possui um pequeno presídio em Oiapoque. A magistrada levou em consideração que Evandro, que é natural de Soure (PA), também fugiu logo após o estupro.
O crime ocorreu às 4h do último dia 20 no Hotel Paris. A vítima estava fumando um cigarro na sacada e foi vista pelo criminoso que passava pela rua. Ele entrou pela porta da frente do hotel, subiu até o andar onde estava a jovem e a rendeu com uma faca.
“Ele se aproveitou de uma situação de negligência do hotel com a segurança. Ali estavam hospedadas mulheres, crianças e famílias. A porta estava destrancada durante a madrugada com acesso para qualquer criminoso, e Oiapoque é uma cidade onde chegam pessoas de todo o Brasil. Há uma negligência. A família está pensando em pedir uma reparação, mas nenhuma será suficiente”, avaliou o advogado criminalista Joel Silva, contratado pela família da vítima.
“Ele transitou pelo hotel. Tem sistema de câmera, mas não havia nenhum funcionário. As imagens mostram ele arrastando ela com uma faca até encontrar o quarto onde cometeu o crime. Ele poderia ter feito o que quisesse, com quem quisesse”, acrescentou.
Joel acompanhou a vítima na sessão de reconhecimento do criminoso.
“Ele tremia muito, foi muito triste, constrangedor”, descreve.
Além da prisão, a Polícia Civil recuperou também o celular roubado pelo criminoso após o estupro e devolver o aparelho para a jovem, que continua em Oiapoque, onde recebe atendimento de saúde e psicológico.