Justiça determina internação de tia que matou sobrinha

A bebê Izabella Martel Ferreira morreu após as agressões. Caso ocorreu na tarde do dia 26 de janeiro, em uma vila de quitinetes, no Bairro Buritizal, zona sul de Macapá.
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Por OLHO DE BOTO

A adolescente de 12 anos que confessou ter espancado e matado a sobrinha, de 1 ano e 4 meses, foi apreendida pela Polícia Civil do Amapá e internada provisoriamente por 45 dias até a decisão definitiva da Justiça – como determina o Estatuto da Criança e Adolescente (ECA).

Além da a bebê Izabella Martel Ferreira, que morreu após as agressões, uma outra criança, também menina, de 3 anos, também foi surrada pela tia adolescente, mas já se recuperou das lesões e está em casa com a mãe.

O caso ocorreu na tarde do dia 26 de janeiro, em uma vila de quitinetes, no Bairro Buritizal, zona sul de Macapá, onde moravam as duas crianças, a genitora delas, e a tia agressora – que é irmã, apenas por parte de pai, da mãe das vítimas.

A delegada que comandou a apuração, Daniela Graça, da Delegacia Especializada de Investigação em Atos Infracionais (DEIAI), explicou que a ação socioeducativa – o semelhante à ação criminal para adultos – já está em curso.

“Se tivermos a sentença dentro desse período, e se a sentença for de internação, ela [a adolescente] então passará a cumprir efetivamente a medida socioeducativa e, nesse caso, não será colocada em liberdade, caso assim o juízo entenda. Só mudará o local de internação da adolescente”, esclareceu a delegada.

A jovem está no Centro de Internação Provisório (CIP), no Bairro Novo Buritizal. Caso a Justiça da Infância decida sentenciá-la a uma medida privativa de liberdade, ela deverá ser transferida para o Centro de Internação Sócio Educativo de Internação (Cesein), no Bairro do Beirol – para onde são enviados infratores para cumprir decisões definitivas de internação.

“A adolescente confessou as agressões físicas e foi responsabilizada pelo ato infracional análogo ao crime de homicídio duplamente qualificado e a contravenção penal de vias de fato, ambos em consonância com a Lei Maria da Penha”, explicou Daniela Graça.

Delegada Daniela Graça conduziu as investigações: adolescente confessou as agressões físicas e foi responsabilizada pelo ato infracional. Foto: Olho de Boto/SN

Vingança e brutalidade

A pequena Izabella Martel morreu no dia 4 de fevereiro, na unidade de Pronto Atendimento Infantil (PAI), no Centro de Macapá. Estava internada desde o dia 26 de janeiro, após ser espancada em casa pela tia.

Quando deu entrada, primeiramente no Hospital de Emergência, a bebê estava desacordada, com hematomas na cabeça e marcas de mordidas pelo corpo. Laudo da Polícia Científica confirmou traumatismo craniano como causa da morte.

Além de Izabella, a sua irmã, de 3 anos, também sofreu agressões da tia. Ela recebeu atendimento médico especializado no PAI, mas teve alta médica no mesmo dia, enquanto a irmã foi internada na UTI.

Segundo o apurado pela polícia, a mãe não estava em casa no momento das agressões, que foram descobertas quando a própria adolescente pediu ajuda ao ver que a neném estava desacordada. Ela justificou aos vizinhos que Izabella havia caído dentro de casa. Os vizinhos acionaram socorro médico.

Depois disso, a adolescente fugiu para o conjunto Macapaba antes da mãe das crianças retornar para casa.

À delegada Daniela Graça, a agressora afirmou que a motivação para a brutalidade foi a raiva que sentia da irmã (mãe das crianças) por ser, segundo a jovem, menosprezada na família do pai, já é falecido. Ela, então, aproveitou a oportunidade em que ficou sozinha com as vítimas.

“Vingança. Fez por vingança. Ela disse que, em princípio, queria somente agredir as crianças, mas disse que sabia que as crianças poderiam ir a óbito, mas que não se importou muito com isso”, afirmou a delegada.

De acordo com ela, a agressora morava com a irmã e mãe das crianças há apenas 3 dias. Nesse curto tempo, a tia teria planejado a vingança.

“Ela disse que sentia raiva da mãe e que queria um momento para poder agredir as filhas. Ela planejou isso, esperou um momento em que a mãe demorasse mais, como este, pois ela já havia ficado só com as crianças outras vezes, mas eram saídas rápidas da mãe, para ir a um comércio, para comprar pão”, revelou a delegada.

Seles Nafes
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