Da REDAÇÃO
Uma mulher de 35 anos de idade, que chamou de macaca e ameaçou agredir a recepcionista do Abrigo Ciã Katauá, foi indiciada por injúria racial e ameaça pela Polícia Civil do Amapá
A investigação é da 6ª Delegacia de Polícia da Capital, localizada no Bairro do Trem, zona sul de Macapá. O nome da acusada não foi divulgado pelas autoridades.
A instituição abriga crianças vítimas de abuso, violência e maus tratos, conforme determinação da Justiça da Infância e Adolescência. De acordo com o delegado Eduardo Marchette Quadrotti, a mãe de uma dessas crianças teria tentado contato com as filhas sem autorização judicial e foi barrada pela recepcionista do local.
A mãe, então, ameaçou agredir a funcionária, que é uma mulher preta. Dias depois, a infratora retornou ao abrigo e, sem autorização judicial, foi novamente impedida de ter contato com as crianças. Desta vez, ela passou a xingar a recepcionista e, entre outras ofensas, chamou-a de macaca.
“Tudo foi testemunhado pelo porteiro da instituição. É lamentável que em pleno ano de 2023 ainda existam pessoas que pensam de maneira abominável. Em um país miscigenado como o nosso, não há razão alguma para esse tipo de comportamento”, comentou o delegado.
Ele indiciou a mãe das crianças baseado na Lei 14.532, publicada em janeiro de 2023 no Diário Oficial da União, que tipifica como crime de racismo a injúria racial, com a pena de 2 a 5 anos de reclusão.
“Enquanto o racismo é entendido como um crime contra a coletividade, a injúria é direcionada ao indivíduo”, explicou Quadrotti.
O inquérito policial foi encaminhado ao Poder Judiciário.