Por ANDRÉ ZUMBI
Ilma Pereira da Costa, de 29 anos, chegou ao Amapá em junho de 2022, vinda da localidade de Rio Cemitério, que fica no município de Afuá, no Pará.
Grávida de trigêmeos, ela veio para Macapá buscar ajuda médica diante da gravidez considerada de alto risco. O parto aconteceu em novembro, mas uma das crianças não resistiu e morreu.
De origem ribeirinha, longe de casa, ela precisou vender parte do seu cabelo para comprar comida. Após dar à luz, ela ainda ficou dois meses na maternidade Mãe Luzia, no Centro da capital, internada com as crianças, que nasceram com complicações, devido à prematuridade.
Na última terça-feira (31), Ilma e uma das crianças receberam alta médica. No dia seguinte, (1º), a outra criança também pôde ir para o colo da mãe. Entretanto, as crianças ainda precisam de acompanhamento e monitoramento médico, por isso, não podem viajar pra casa.
Agora, a mulher vive um drama social, pois precisa sobreviver e conta apenas com a renda do marido, que é extrativista de açaí e está em Afuá, e com R$ 600 do Auxílio Brasil.
Para não passar fome nos primeiros dias em Macapá, ela precisou vender o cabelo, por R$ 500, que foram gastos em dois dias com transporte e alimentação.
“Tive que emprestar dinheiro dos outros para pagar depois porque, eu só recebo 600 reais da bolsa, mas não dá pra nada. Elas consomem muita fralda. Aí, têm o leite ainda”, explicou a mulher.
Para ficar no Amapá, precisou alugar um casebre, mas pelo valor que podia pagar teve que ser longe do hospital, a 17km, no Igarapé da Fortaleza, em Santana. Por isso, os gastos com deslocamentos até a maternidade e alimentação têm sido altos demais e ela não está conseguindo arcar.
A morada onde está tem apenas dois compartimentos, que divide com os dois bebês e um dos 2 filhos que veio de Afuá para ficar com ela.
O colchão usado por eles, assim como a maior parte do dinheiro usado para os deslocamentos, são todos vindos de doações de parentes, amigos e vizinhos que ficaram comovidos com a dura situação vivida por ela.
“Eu preciso de ajuda porque não tenho geladeira. Tenho apenas um colchão. ‘Tô’ precisando de dinheiro porque tenho que ir de três em três dias para a maternidade para eles continuarem o acompanhamento. Eu ainda não tenho data pra voltar para o interior porque a médica disse que eles estão muito prematuros para viajar”, lamentou.
Ilma disse que as pessoas podem ir até a casa onde ela está com as crianças para ajudar. O endereço é Travessa Rio Madeira, 101, Igarapé da Fortaleza, Santana. Também podem entrar em contato pelo telefone (96) 98125-4825.