Por ANDRÉ ZUMBI
O motorista da picape vermelha que avançou a preferencial e causou o acidente que matou o barbeiro Eldo Monteiro Duarte, de 42 anos, se apresentou à Polícia Civil na terça-feira (21) de carnaval.
Acompanhado de seu advogado, ele prestou depoimento e, como não havia mais flagrante, ele foi liberado. O acidente ocorreu nas primeiras horas da último dia 18, na rotatória da Rua Hildemar Maia, na zona sul de Macapá.
Parentes da vítima chamaram atenção, nesta quinta-feira (23), para as imagens que flagraram o momento do acidente. Nela é possível ver o condutor jogando um objeto para longe do carro. Os familiares de Eldo acreditam que o objeto possivelmente era uma garrafa de cerveja.
Dois dias após o acidente, a Delegacia Especializada de Trânsito deu início às diligências e, por meio de imagens de circuitos de seguranças de residências, chegou à placa e à identificação do proprietário do veículo Triton. Apesar disto, as autoridades não revelaram o nome do acusado.
Em depoimento à delegada Josymaria Coelho, o motorista afirmou não ter ingerido bebida alcoólica e alegou que tentou prestar ajuda ao cabeleireiro, mas foi ameaçado por pedestres e motoristas que passavam pelo local.
“Segundo ele, ele chegou a descer na intenção de prestar socorro à vítima, mas ouviu pessoas que foram se aproximando a pé e outros em veículos que vinham no sentido contrário e ameaçaram ele. Ele se desesperou e fugiu do local. Ele fala que teve um veículo que chegou a segui-lo”, reforçou a delegada.
Um dos dez irmãos do barbeiro que estavam na delegacia no momento da reportagem nesta quinta-feira, revelou uma dinâmica no vídeo que mostra o momento do acidente. Se aproximar o vídeo é possível ver o momento em que o motorista desce do carro com um objeto na mão.
Rapidamente ele lança o objeto, que se parece com uma garrafa de cerveja, para longe do carro. Em seguida olha para a vítima no chão e volta para o veículo. Assista o vídeo.
Para o irmão do cabeleireiro, Edielson Monteiro Duarte, 35 anos, a imagem que mostra o homem se livrando do objeto é clara.
“Isso não se faz nem com um animal. Ele matou meu irmão e depois fugiu. Depois se apresenta numa delegacia e é solto, liberado. Meu irmão era o esteio da nossa família. Meu irmão que trabalhava com ele nem consegue entrar no salão. Eles passavam o dia todo juntos. Minha mãe não consegue fazer nada (chôro)”, lamentou.
Eldo completaria 43 anos nesta quinta-feira (23). No momento do acidente, ele retornava de um evento onde havia prestado serviço de cambista. Toda a renda, que segundo a família correspondia a um valor acima de 1 mil reais, foi levada. Eldo tinha dois filhos e uma esposa.