Por SELES NAFES
O presidente do MDB do Amapá, Gilvam Borges, considerado antes um dos principais aliados do grupo de Dr Furlan, já havia conquistado a posição de desafeto do prefeito de Macapá durante as eleições do ano passado. Hoje (9), as posses de filiados do MDB em postos importantes na prefeitura, sem a anuência de Gilvam, mostraram que, além de adversário, o ex-senador pode estar perdendo o comando político do partido.
O prefeito empossou três filiados do MDB, todos ligados ao deputado federal Acácio Favacho: Samuel Lima de Souza (Instituto Bioparque da Amazônia), José Rigamonte (Secretaria Macapá Luz), e Aluísio da Silva de Carvalho (Instituto de Política e Promoção da Igualdade Racial, Improir). Todas as nomeações indicadas por Gilvam foram exoneradas.
É de praxe que a direção do partido concorde com a participação de seus filiados em um projeto de governo. Gilvam enfrenta uma rebelião no MDB de proporções inéditas, com potencial para tirá-lo do comando da legenda após mais de uma década de poder.
A crise foi gerada a partir da ruptura com Furlan e Jaime Nunes (PSD), quando Gilvam teve rejeitada a autoindicação para ser vice na chapa e decidiu fazer oposição na campanha, lançando candidatura própria ao governo.
A convenção do MDB que vai escolher a nova executiva do partido estava marcada para o dia 1º de fevereiro. Por causa da posse dos novos deputados, o presidente nacional da legenda, Baleia Rossi, determinou o adiamento. A nova data ainda não foi anunciada.
Interlocutores de Furlan apostam que Gilvam já perdeu o partido. Aliados de Gilvam, no entanto, admitem o racha, mas acreditam que ele conseguirá se manter no comando da legenda, já que nenhum nome se colocou como alternativa.