O drama de Glauciane, de bela e trabalhadora ao estado semivegetativo

Desesperada, a mãe da jovem postou um desabafo nas redes sociais, a publicação viralizou pelo Amapá.
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Por ANDRÉ ZUMBI

Desesperada, a mãe de uma jovem vendedora de Macapá fez um desabafo nas redes sociais que viralizou nos últimos dias. No relato, Valdineia dos Reis Correa contou o drama vivido por ela e pela filha, Glauciane dos Reis Castelo, de 27 anos, que passou a apresentar problemas neurológicos que a fizeram perder os movimentos das pernas e até a capacidade de raciocínio.

Em apenas alguns meses, a jovem sempre disposta deu lugar a uma paciente em estado semivegetativo. O sorriso espontâneo, marca registrada, foi substituído por uma boca quase sempre calada. Os olhos que transbordavam alegria agora passam a maior parte dos dias fechados. E as roupas da moda deram lugar aos fraldões.

Assim tem sido a angústia de Glauciane, que trabalhava em uma grande loja de roupas e calçados no Centro da capital. O drama começou em junho de 2022, durante um dia comum de trabalho, quando ela sentiu uma forte dor de cabeça. Foi levada até uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) onde o médico sugeriu que ela procurasse um neurologista.

Os primeiros resultados de exames mostraram que Glauciane estava com uma inflamação na cabeça. O tratamento levaria tempo, então, por isso, ela precisou ser afastada do trabalho por quatro meses.

Quando retornou à loja, ainda fazendo uso de medicamentos fortes, ela passou mal novamente e outra vez foi levada à UPA. Foi medicada e mandada para casa. Seis dias depois, voltou ao trabalho e foi informada que entraria de férias em alguns dias.

No mês seguinte, relata a mãe, quando chegou na loja, a vendedora foi surpreendida com a carta de demissão. Glauciane procurou a justiça e durante uma audiência, no dia 9 de janeiro deste ano, ela passou mal, novamente.

Os olhos que transbordavam alegria…

… agora passam a maior parte dos dias fechados. Fotos: Divulgação

“Sempre muito nervosa, agitada, sentindo fortes dores de cabeça. No dia 9, minha filha teve uma forte crise e entrou em pânico. Ela foi atendida veio pra casa. Fomos à consulta com o neurologista e ele afastou novamente ela de suas funções. A empresa foi comunicada que não poderia demitir ela, mas já era tarde, demitiram ela”, relatou a mãe.

O desabafo que ganhou as redes sociais de Macapá, foi feito há quase um mês. Eram dias difíceis, segundo Valdineia.

“Hoje o estado de saúde da Glauciane é estável. Ela tem laudo de dois neurologistas, um é o doutor Alencar e outro é o doutor ‘Alerrandro’, que é o que agora está cuidando dela. É tudo particular. Não recebi nenhuma ajuda da empresa que ela trabalha, a não ser quatro pacotes de fraudas, dois pacotes de lenços e dois tubos de pomada. Ela já fez vários exames e ainda há muitos a fazer. O neurologista pediu que ela desse continuidade na medicação que ela estava tomando e se não houver melhora, terá que ser feitos outros exames”, relatou a mãe.

As fraldas são porque Glauciane já não se locomove por conta própria. A pomada é para a pele, principalmente das costas, aonde emergem feridas por ela ficar o tempo todo deitada.

Segundo a mãe, Glauciane foi demitida …

… quando ainda estava em tratamento

A jovem fala bem pouco, abre os olhos, mas ainda tem muita sensibilidade à luz e ao barulho. Com a perda de memória, a única pessoa que ela lembra é de Valdineia.

Por isso, os dois filhos de Glauciane estão sendo criados pela avó. Um deles tem cinco anos e foi diagnosticado com autismo. Atualmente, uma psiquiatra da rede pública avalia o caso da jovem, mas a médica ainda não conseguiu fechar um diagnóstico definitivo.

“Depois da publicação que eu fiz, muita gente me procurou. Eu sou muito grata, muito grata.  Ainda ontem eu estava chorando. Durante as madrugadas, nos primeiros dias, eu clamava ao Senhor e dizia: Senhor, eu estou sozinha! Olha para mim, para minha filha. Mas hoje eu acredito que eu pensava errado. Eu nunca estive sozinha. Deus preparou um exército para estar ao, meu lado. Com palavra, carinho. Isso é muito importante para mim. Tem pessoas se disponibilizando a doar frauda, cesta, básica. Tem advogado ligando querendo pegar a causa dela”, disse, agradecida, a mãe.

Glaciane ainda precisa de ajuda

Glauciane ainda precisa de ajuda para comprar materiais de higiene pessoal e alimento para família, além de recursos para pagar exames e transporte.

Quem quiser ajudar a jovem, que não está recebendo benefício do INSS, pode entrar em contato com a mãe dela pelo telefone 96 99146 8725, que também é a chave pix da conta que está em nome de Valdineia dos Reis Correa.

Seles Nafes
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