Da REDAÇÃO
Os responsáveis por arrecadar a ‘contribuição mensal’ dos filiados a uma facção criminosa do Amapá foram presos na manhã desta sexta-feira (10) em Macapá.
A ação policial é da Força Tarefa de Segurança Pública e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado.
Chamada de Operação Caixinha – uma referência à reserva de dinheiro que a organização acumula para patrocinar a compra de drogas e armas e pagar serviços advocatícios a membros ‘filiados’ presos – a ação policial prendeu quatro ‘administradores’ da ‘poupança’ do crime organizado.
As prisões ocorreram nos Bairros Infraero I e II, São Lázaro, todos na zona norte de Macapá, e Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen). Os nomes dos criminosos não foram divulgados pelas autoridades.
Segundo as investigações, essas quatro lideranças da facção administravam o sistema de pagamento de mensalidade. Elas catalogavam, cobravam e recebiam os valores dos membros filiados.
Um deles, que está preso no Iapen, era o ‘gestor chefe’. Era quem dava as ordens aos administradores que atuavam nas ruas, dentre eles uma mulher, identificada com poder decisório.
A investigação apurou que as ‘mensalidades’ variavam entre R$ 50 e R$ 100, dependendo das atribuições e funções estabelecidas dentro da facção, sendo o pagamento, um requisito indispensável para integrar o grupo organizado.
Em contrapartida, era garantido aos associados, uma espécie de autorização para traficar drogas nas áreas de domínio da facção, além de receber a proteção da organização criminosa nos mais diversos assuntos relacionados à criminalidade.
Os valores eram pagos em espécie a membros da organização responsáveis pela arrecadação e também feitos por transferências bancárias na modalidade pix.
Além das prisões, a Operação Caixinha cumpriu quatro mandados de busca e apreensão, na cela da liderança do Iapen e nos Bairros Infraero ll, Pacoval e Conjunto Macapaba, na zona norte de Macapá. Durante as buscas, na casa do criminoso preso no Infraero II, os policiais apreenderam uma arma de fogo e munições.
A Força Tarefa de Segurança Pública é formada pelas Polícias Federal, Rodoviária Federal, Militar, Civil, Penal e Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).