Aéreas não transportam materiais radioativos para exames oncológicos no Amapá desde 2021

Exames estão suspensos e empresas estão sendo processadas pelo MPF
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Da Redação

Desde que a Latam deixou de transportar insumos radioativos para exames oncológicos no Amapá, em 2021, as redes pública e privada enfrentam dificuldades para fazer o atendimento. Segundo uma ação movida pelo Ministério Público Federal, agora os exames estão interrompidos.

De acordo com o processo, os exames ajudam a identificar tumores, metástases e outros quadros relacionados ao câncer e outras doenças.

Entre os exames suspensos citados pelo MPF está a cintilografia, que usa doses radioativas para diagnosticar o câncer, doenças cardíacas e renais, afetando o tratamento até de pacientes internados.

“A situação não prejudica somente o início dos tratamentos, mas também tem causado a morte de pacientes devido à demora na normalização do serviço”, diz o MPF.

“Apesar da gravidade do quadro, que se estende há quase dois anos, os gestores públicos ainda não apresentaram solução para o problema”, acrescenta.

O problema vem sendo discutido há dois anos com representantes da Secretaria de Aviação Civil, Casa Civil da Presidência da República e Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), mas não houve avanço. O Ministério da Saúde também se manteve inerte para definir outra empresa aérea para continuar o serviço.

Na ação, o MPF pede que a Latam, Gol e Azul sejam obrigadas a fazer o transporte do material, e que junto com a União sejam condenadas por danos morais a R$ 500 mil.

“As limitações quanto aos tipos modais de transporte disponíveis para o estado fazem com que a entrada dos insumos pela via área se torne o único meio disponível para a execução da política de saúde no campo da medicina nuclear. Afinal, trata-se de um produto que possui a vida útil efêmera, e, portanto, há impossibilidade de utilização dos meios terrestres ou hidroviários de transporte quando consideradas as distâncias a serem percorridas”, garante a procuradora Sarah Teresa Cavalcanti de Britto.

As empresas, acrescenta, estão autorizadas e tecnicamente habilitadas para realizar o traslado dos radiofármacos.

Seles Nafes
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