Com fome, viúva e filhos tentam sobreviver após golpes

Rosa, de 49 anos, vive com os três filhos num apartamento com as parcelas atrasadas. o único dinheiro que tinha investiu num negócio de salgados e foi enganada
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Por ANDRÉ SILVA

Desde que o marido morreu há um ano, Rosa Maria dos Santos Barbosa de 49 anos, enfrenta uma luta diária pela sobrevivência dela e dos três filhos. Um deles sofre com paralisia cerebral. O apartamento está com as parcelas atrasadas, e o único recurso foi tirado dela em vários golpes. Hoje, a família passa fome.

Rosa é filha de paraenses e nunca teve uma vida fácil. Ela chegou no Amapá aos 11 anos de idade, trazida por uma família com quem trabalhou durante muito tempo como doméstica.

Antes de chegar ao Amapá, ela viveu momentos terríveis na companhia do pai biológico que ela descreve como sendo um homem muito perturbado e cruel. Ele abusava dela, das irmãs e ainda maltratava os irmãos, relata. 

“Meu pai era muito ruim. Ele era daqueles homens que gostava de se aproveitar das mulheres e os filhos. Ele botava para trabalhar e humilhava muito eles. Desde criança a gente trabalhava. Quem não trabalhava não comia, não bebia, não vivia. Quando a maldade dele chegou em mim, eu decidi fugir de casa e trabalhar em casa de família, mas o dinheiro que eu pegava dava todo pra ele. Ele usava para beber e fazer outras coisas”, lembra.

Depois que o pai contraiu diabetes e passou a não andar mais, Rosa, ainda no Pará, decidiu voltar para casa, mas logo o patriarca morreu. Nessa época estavam morando com ela a mãe e duas irmãs menores de idade.

O filho de 20 anos estava vendendo os salgados quando o fabricante sumiu com todo o material e dinheiro. Fotos: André Zumbi

Diante daquele cenário de dificuldades, Rosa decidiu vir para o Amapá com a ideia de, no futuro, trazer a mãe. O tempo passou. Aos 19 anos, ela conheceu o marido com quem teve quatro filhos. Já adulta, ela pôde realizar o sonho e trouxe a mãe para perto. Anos depois, a matriarca veio a falecer.

Tempestades

Até um ano atrás, as coisas, segundo Rosa, estavam indo bem, mas o marido, depois de sofrer agressões em decorrência de um assalto, ficou com problemas psiquiátricos e contraiu diabetes.

Ele teve complicações e morreu, deixando-a com a responsabilidade de criar os três filhos. O mais velho, que tem 21 anos, foi embora do estado e mora em Manaus.

Há aproximadamente seis meses, no ato de constituir um negócio que pudesse trazer sustento à família, ela usou uma indenização trabalhista para investir. A ideia era comprar material para produção de salgados e colocar o filho de 20 anos para trabalhar.

“Deu tudo errado. Nós pegamos só golpe. O primeiro foi de uma moto que a gente comprou para ele fazer a entrega. Depois que comprei a moto descobri que era roubada. Depois comprei uma cargueira, para usar também na entrega, mas ela foi roubada. O rapaz que o meu filho contratou para fazer o salgado sumiu com todo o material dele e com o dinheiro. Levou tudo. Comprei um freezer, mas o motor não tinha gás. A gente já tinha pago tudo. O dinheiro foi todo embora. Ficamos sem nada”, explica a viúva.  

Drama fica ainda maior com a condição de um dos filhos

No apartamento, poucos alimentos…

…e nenhum no fogão

Situação da família requer ajuda urgente

Questionada se ainda tinha dinheiro para se manter ou comprar alguma coisa para casa, ela foi enfática.

“Não temos nada! Para lhe falar a verdade estamos passando fome. Eu só estou conseguindo para ele (Max), que é o mingau que ele toma. Eu não consigo comprar a fralda (faz uma pausa para chorar). Eu não vejo outra situação (choro)”, lamentou Rosa.

O fábrica de salgados que Rosa montou com o filho não tem condições de funcionar. Eles precisam fazer uma manutenção no freezer, comprar materiais para a produção e de uma mentoria para gerir os negócios. Eles ainda têm as máquinas para a produção do salgado, um forno elétrico e uma fritadeira.

Há também a necessidade urgente de comprar alimentos, fraldas para o menino de 9 anos que sofre com paralisia cerebral. Ela disse que não recebe auxílio para ele porque depende de um laudo médico para dar entrada no pedido de benefício pelo INSS.

Para ajudar, as pessoas podem entrar em contato com ela pelo telefone 98401-0116 ou fazer um PIX para a chave 96991264842 em nome de Rosa Maria dos Santos Barbosa. 

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