Por ANDRÉ ZUMBI
A Polícia Civil do Amapá indiciou, ontem (2), um casal de empresários acusado de oferecer roupas usadas para donos de brechó e não entregar as encomendas. Em Macapá, uma vítima da dupla fez uma compra de 2.500 peças por R$ 3,5 mil, mas, a exemplo de outros empreendedores do país, também não recebeu a mercadoria.
O crime aconteceu em julho de 2022, quando a dona de brechó viu, em um canal do YouTube da empresa Mistic Company Ltda, a oferta de roupas usadas. Interessada no produto, a empresária amapaense transferiu para os golpistas a quantia acordada pela compra das peças.
De acordo com o delegado Leandro Fabrício Leite, a empresária fez a transferência por chave pix de CNPJ da empresa. Contudo, as roupas nunca chegaram.
“Pelo CNPJ, foi realizada pesquisa e apareceu como sócio a mesma pessoa que apareceu como titular da conta bancária que a vítima fez a transferência”, explicou o delegado.
No canal do YouTube, uma mulher se identifica como proprietária da Mistic, mas as investigações apontaram como titular e único sócio, um homem. Ao solicitar os dados cadastrais do usuário do canal à plataforma, a polícia se deparou com os nomes da mulher e do sócio da empresa. De acordo com os dados, eles têm o mesmo endereço localizado na cidade de Araujá, no estado de São Paulo.
Em vídeos no canal da empresa, a mulher que se diz proprietária da empresa se apresenta apenas com o nome de Camila.
A vítima informou à polícia que toda transação financeira foi feita com a mulher que utilizava um número com o prefixo “11”, o que indica que o telefone é de São Paulo.
“Portanto, provado o vínculo entre os dois, comprovou-se que eles, em comunhão de esforços e unidade de desígnios, praticaram o crime de estelionato contra a vítima. Os dois investigados foram intimados por telefone para audiência por vídeoconferência, mas ambos não compareceram”, explicou o delegado.
Ele constatou em um site de reclamações vários relatos de pessoas que caíram no mesmo golpe da dupla. E alertou as pessoas que pretendem fazer compras pela internet.
“É importante pra avisar a população quando for fazer alguma compra pela Internet que não seja dessas empresas conhecidas nacionalmente, que vá no site do ‘Reclame Aqui’ que é um bom termômetro pra saber da índole da empresa”, finalizou Leite.
A reportagem entrou em contato com a empresa através do e-mail do canal no YouTube, mas até o momento eles não responderam à mensagem.