Justiça mantém preso homem que estuprou e matou prima de 9 anos

Ualefe Monstro, como está sendo chamado pela população, confessou o crime.
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Por OLHO DE BOTO

Em audiência de custódia, a Justiça do Amapá decidiu manter preso o homem que confessou ter estuprado e matado uma criança de apenas 9 anos, e soltar o comparsa dele, que teria presenciado toda a barbárie como espectador.

A vítima, a estudante Sarah Lopes da Costa, era prima do acusado, Ualefe Oliveira de Souza, de 28 anos, preso em flagrante horas depois do crime, ocorrido na tarde de quarta-feira (15), em um matagal no Bairro Pedrinhas, na zona sul de Macapá.

Ualefe Monstro, como está sendo chamado o acusado pela população nas redes sociais – em função da crueldade com que o crime foi praticado – deve ser transferido ainda esta noite para o Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen), onde deve ficar, inicialmente, na enfermaria, por questões de segurança.

Já o comparsa, Jonhnatan dos Santos Almeida, de 36 anos, que era vizinho da vítima, e, segundo a polícia, teria assistido ao crime sem nada fazer para impedir, foi solto.

Ualefe Monstro foi preso pela Polícia Militar. Fotos: Olho de Boto/SN

A decisão é do juiz plantonista Matias Pires Neto. Ele considerou como hediondo o crime, e agravado pela vítima ser criança. A confissão e a maneira com que o estupro e o feminicídio ocorreram também pesaram na decisão.

“Apesar da ausência do laudo de conjunção carnal, o mesmo confessou com frieza todos os fatos de um abuso sexual seguido de morte, havendo indícios suficientes de autoria. Nesse sentido, vejo a necessidade de se acautelar o custodiado do meio social e assegurar a própria credibilidade da justiça e do Estado, tendo em vista a gravidade em concreto do delito atenta contra a saúde pública indica risco à ordem pública e abala a sociedade”, argumentou o magistrado.

Ele também determinou que o Estado faça um exame de sanidade mental em Ualefe.

Já quanto a Jonhnatan, o juiz considerou não haver provas suficientes para mantê-lo preso. Além disso o fato dele não ter antecedentes criminais (primário) e ser deficiente físico também pesaram.

Crime ocorreu em um matagal no final da rua do Canal das Pedrinhas

“Há apenas a alegação do outro custodiado, Ualafe, como participante. Os fatos aqui narrados pelos condutores e testemunha necessitam de um melhor conjunto probatório para comprovar o indício de autoria. A prisão provisória deve ser vista sempre como medida de exceção e não como regra geral”, justificou.

O advogado de defesa de Jonhnatan ressaltou que ele não teve participação alguma no crime e nem poderia, por ser deficiente físico. Além disse contribuiu para a prisão do principal acusado.

“Ele informou à Polícia Militar que o Sr. Ualefe era quem estaria com a criança. E não há nenhuma testemunha ou qualquer outro elemento que comprove a participação no ocorrido. Por isso a defesa pediu a liberdade provisória, mediante medias cautelares. O Senhor Ualefe também afirmou em depoimento que o Jonhnatan não participou do crime”, defendeu.

Barbárie

Sarah foi estuprada e morta. O corpo dela foi achado sem calcinha, jogado em meio a um matagal, entre a travessa C e a Rua do Canal do Bairro das Pedrinhas, nas proximidades da casa onde morava com os pais.

A criança não era vista desde as 16h, mas a família tinha esperança de encontrá-la com vida, pois ela era acostumada a brincar pelas ruas próximas de casa.

Sarah Lopes da Costa era aluna da Escola municipal Wilson Malcher, no Bairro Jardim Equatorial. Foto: Divulgação

Ualefe foi preso depois que militares desconfiaram da história que havia contado de que viu um carro preto rondando a região. Entretanto, os policiais já haviam averiguado câmeras residenciais e comerciais da região e a história não batia. Então, suspeitaram dele.

Após assumir a autoria do crime, ele ainda levou os policiais do 1º Batalhão da PM do Amapá até o local onde havia cometido o assassinato e escondido o corpo.

De acordo com o delegado Ronaldo Entringe, Ualefe aproveitou-se da confiança que tinha por ser primo da vítima e a levou para o final da rua, com a promessa de empinar pipa junto com ela no local.

Lá, teria cometido o estupro e depois asfixiado a vítima, estrangulando o pescoço com as próprias mãos até a morte.

Segundo o delegado Entringe, para afastar suspeitas, Ualefe foi à igreja após estuprar e matar a prima, como se nada tivesse acontecido. E, após o culto, ainda saiu à procura da vítima junto com os familiares.

Sarah era aluna do ensino fundamental da Escola municipal Wilson Malcher, no Bairro Jardim Equatorial, onde as aulas foram suspensas por dois dias (quinta e sexta-feira) em respeito à memória da estudante e consternação dos colegas. Sonhava em ser policial militar, segundo a família.

 

Seles Nafes
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