Por ANDRÉ SILVA
A pequena Mariah de Lima Vaz completa 5 anos hoje (27), e o melhor presente de aniversário seria a saúde dela. A criança tem uma má formação em uma das artérias que liga o coração ao pulmão. Para corrigir o problema, ela passou por duas cirurgias, mas uma infecção a levou novamente para UTI. Agora, ela precisa ser transferida com urgência para outro estado, mas há um impasse.
Aos 3 meses de nascimento, Mariah precisou fazer a primeira cirurgia. Para isso, a família teve que se deslocar para um hospital em Goiânia (GO). O procedimento foi um sucesso. Em outubro de 2022, ela passou pelo segundo procedimento, já previsto, onde houve a instalação de uma prótese tubular extra cardíaca que foi fixada entre o ventrículo direito e o tronco pulmonar, o que permitiu melhor fluidez do sangue entre o coração e os pulmões. Este procedimento também foi um sucesso, pelo menos foi o que imaginaram os pais da criança.
Em fevereiro deste ano, a menina começou a apresentar febre, calafrios, o que fez com que os pais a levassem para o Pronto Atendimento Infantil (PAI), onde permanece internada na UTI até hoje.
O batedor de açaí Ivan Nahum Vaz, pai da menina, explica que durante a internação atual Mariah já contraiu infecção nos pulmões. Ficou 14 dias na UTI, foi para um leito de enfermaria, mas a infecção reapareceu e novamente ela teve que voltar à UTI.
“Só que agora ela não pode sair da UTI porque ela está com a infecção no tubo da cirurgia que ela fez no ano passado. Está infeccionado, e a médica já fez todas as medicações necessárias, mas a infecção não acaba. A médica conversou com minha esposa e disse que não tem como fazer muita coisa porque, como ela explicou: ela precisa viajar para fazer uma lavagem na cirurgia para ela ficar boa”, contou em desespero o pai.
Acontece que o hospital onde a menina foi operada pela última vez informou ao Programa de Tratamento Fora de Domicilio (TFD), segundo o pai, que só receberia a criança se ela estivesse estável. Ou seja, ela precisa ter alta da UTI e estar em uma enfermaria, o que caracterizaria uma internação ambulatorial. Um laudo apontou um coágulo no lugar da cirurgia.
“O TFD disse que ela precisa ficar boa para poder ir. Mas mano, como ela vai ficar boa se a medicação não está fazendo efeito? Então ela precisa fazer a lavagem na cirurgia para ficar boa”, ponderou o pai.
Assim como há deficiência no tratamento para crianças com câncer no estado, há também para crianças que nascem com cardiopatia. Geralmente, todos os pacientes são encaminhados para hospitais especializados no Brasil. Para isso, o Amapá precisa ter parceria com hospitais especialistas.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), que ficou de se pronunciar sobre a situação da criança.