Por RANDOLFE RODRIGUES
Senador (REDE-AP)
A recente obtenção de licença para desenvolver a “avaliação pré-operacional” do projeto de exploração de petróleo e gás na costa do Amapá, acende a expectativa de início das atividades petrolíferas, o que pode vir a estimular de forma significativa as atividades econômicas no Estado em geral e, no município do Oiapoque, em particular.
A autorização é para se realizar uma simulação do que ocorreria caso houvesse um vazamento na plataforma, identificando os potenciais impactos no meio ambiente e nas atividades humanas. É um teste fundamental para garantir que empreendimento, no qual será investido algo próximo de 3 bilhões de dólares, terá uma operação com reduzido risco ambiental para essa região sensível que é a foz do rio Amazonas.
A denominada “Margem Equatorial”, da qual faz parte o bloco localizado na costa do Amapá e que se estende até o litoral do Rio Grande do Norte, é a grande aposta para manter a segurança de produção de petróleo no Brasil, com reservas estimadas em 30 bilhões de barris. Importante destacar que a premissa é adotar tecnologia de extração de petróleo e gás com a mínima emissão de gases de efeito estufa.
Em se confirmando a presença de óleo com viabilidade comercial e ambiental, é fundamental potencializar a repercussão positiva na economia regional. Neste sentido, estamos empenhando todos nossos esforços para priorizar as compras de bens e contratação de serviços de empresas locais; para que a seleção de pessoal favoreça a força de trabalho amapaense; para aproveitar o momento e aprimorar a infraestrutura dos municípios confrontantes, além de patrocinar ações de responsabilidade social, como assistência, inclusão e redução de vulnerabilidades.
Sabe-se da necessidade global de se promover a transição energética, migrando a matriz de fontes poluidores para as de baixo carbono. Ainda nessa semana promovemos, em conjunto com o governo do Estado e o SESI-SENAI, um importante seminário que tratou do assunto, com ênfase para a geração de energia a partir do hidrogênio verde.
Entretanto, não há contradição em aproveitar as oportunidades do petróleo, que continuará a ser uma importante fonte de energia global ainda por algum tempo. Mas, principalmente, por ser do interesse do Amapá que os poços da foz do Amazonas entrem em operação e gerem alternativas de emprego, renda e tributos (em especial os royalties da atividade petrolífera), internalizando os benefícios e promovendo o desenvolvimento da economia estadual.