Um Brasil que ri, mas sonha

Rir é uma arte que só o brasileiro sabe usar
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Por ARTEMIS ZAMIS, empresário e articulista

O brasileiro é um povo diferente de muitos no mundo afora. Nos acostumamos rir sempre, até dos momentos ruins. Sempre achamos um jeito de driblar a tristeza e rir.

Rir é uma arte que só o brasileiro sabe usar com todo esmero e maestria. Quantos em uma mesa de bar, depois de 5 minutos triste, não se alegraram depois da terceira dose, soltando o sorriso que até entrar ali estava sufocado no peito. Ah, isso com certeza muita gente já fez.

Tem os que se alegram na igreja, no futebol, em casa, em um churrasco com os amigos. É como se estivéssemos sempre atrás de um sorriso apesar das tristezas inerentes à vida que todos nós passamos. E isso é bom demais e tão necessário para a própria sobrevivência, já que viver emburrado, magoado, triste, só atrapalha e derruba qualquer alto astral.

Eu, particularmente, tenho certeza que nasci no lugar certo. Aqui, rio até de mim mesmo, rio do meu riso, rio da minha cara, rio da minha roupa, rio de ser quem sou. Assim, sou feliz, assim me realizo e assim espero viver mais e mais.

Como todos, sonhamos. Sejam eles pequenos que caibam na ponta do dedo mindinho, ou grandes que nem suportam na alma. São sonhos que nós, carinhosamente, carregamos e trabalhamos fortemente para realizá-los. Pais sonham em ter o melhor para seus filhos, filhos sonham no melhor para seus pais, famílias inteiras sonham e há até aqueles que sem sonhar, sonham em sonhar.

O Brasil é assim. Independentemente de quem estiver lá no Palácio do Planalto como presidente, independentemente do político que você escolheu pra te representar na vereança, na Assembleia seu estado ou na Câmara Federal, você quer sonhar que ele faça algo por você e por quem você ama ou quem está a sua volta.

Este é ou deveria ser o curso natural de nosso comportamento. Sonhos não deveriam depender de absolutamente nada para se realizarem. Deveria ser inconstitucional você não realizar um sonho.

Não importa quem esteja no poder. Você quer que ele faça algo

Afinal, ser feliz deveria ser delegado a todos na hora do nascimento. Eu acho que quando eu nasci alguém chegou lá e já foi logo falando; olha, você vai rir e fazer muita gente rir e tornar feliz os infelizes, amargurados em amorosos, mas também vai encontrar aqueles que vão te aborrecer só pra testar até que ponto vai esse sorriso na cara. Bom levei isso pra vida, mesmo sem saber quem foi o cara que veio falar essas coisas no parto. Bom isso não interessa mesmo.

Temos sim que nos revestir da armadura contra o ódio, a intolerância, o racismo tão preponderante nos dias de hoje. Não é esse o Brasil que queremos. O Brasil que queremos é o da educação para todos, do trabalho, da saúde da paz e da boa amizade.

Não precisamos da guerra ideológica, tão pouco das diferenças religiosas ou de preconceitos seja ele qual for. Cada um de nós é parte concreta de um povo que historicamente sempre foi afeito à união, ao trabalho honesto e à diversidade. Dentro dessa união, falta a volta do calor humano, da prestimosidade, do carinho, da força em alcançar o próximo desprovido do básico pra sua sobrevivência.

O Brasil está longe, muito longe de ser o país dos sonhos. Infelizmente, ainda não aprendemos a exercer o direito ao voto plenamente. Infelizmente ainda somos vítimas de políticos rasteiros que compram pessoas e votos e isso precisa ser mudado e com urgência. Ler, procurar saber da vida pregressa do candidato, já é um grande passo para o resgate de nossa dignidade perdida.

Eu sonho com o dia em que todos possam alcançar seus ideais em toda sua plenitude.

Ser feliz depende apenas de nós e isso é só uma luta que temos que travar e agora.

Seles Nafes
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