Alunos são apreendidos por vídeo racista contra colega de turma

Caso é investigado na cidade de Oiapoque. Aluna, que não possui celular, só soube do vídeo quando passou a ser alvo de risadas
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Da Redação

Dois adolescentes foram apreendidos pela Polícia Civil do Amapá na cidade de Oiapoque, distante 590 km de Macapá, acusados de racismo. De acordo com o delegado que investiga o caso, um vídeo foi editado para ofender uma aluna negra da escola, que não teve o nome divulgado.

A apreensão ocorreu na segunda-feira (3). Segundo as investigações, os dois rapazes de 16 e 17 anos compartilharam num grupo de WhatsApp dos alunos um vídeo de um macaco editado com o rosto da aluna, de 16 anos.

A vítima não possui celular, por isso não sabia da existência do vídeo até que começou a perceber que outros estudantes riam ao vê-la.

“Ela percebeu que alguns colegas a olhavam durante a aula e riam, tendo sido alertada por uma colega de que havia um vídeo seu circulando no grupo de WhatsApp. A partir de então, a vítima se dirigiu ao colega de 17 anos de idade, que teria publicado o vídeo, o qual estava acompanhado de outro colega, de 16 anos de idade, e, ambos, exibiram o vídeo e debocharam da vítima na frente dos outros alunos, o que lhe causou constrangimento”, explicou o delegado Átila Rodrigues.

A aluna procurou a coordenação da escola, que acionou a polícia. Os dois alunos foram levados para o Ciosp de Oiapoque, onde foram enquadrados por “ato infracional análogo a racismo”.

Delegado Átila Rodrigues ficou decepcionado com explicação de aluno. Foto: Arquivo SN

Em depoimento, um dos alunos tentou se justificar.

“Esse caso é bastante entristecedor. O aluno que divulgou o vídeo disse acreditar que não teria feito nada de errado por ter ‘apenas’ divulgado o vídeo, uma vez que afirmou não ter sido ele quem o produziu. Porém, pratica a conduta delituosa tanto quem produz o conteúdo ofensivo, como quem o divulga”, explicou o delegado.

Depois do depoimento, os dois adolescentes foram entregues aos responsáveis. O caso foi encaminhado para o Ministério Público.

Seles Nafes
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