Por ANDRÉ SILVA
Leandro Henrique Carvalho, de 2 anos, nasceu com microcefalia. Em agosto do ano passado, ele foi mandado para Recife, para tratamento. Lá, contraiu uma infecção generalizada e em meio ao caos, a mãe dele, que o acompanha, descobriu que tinha um tumor na cabeça. Ela foi operada e os dois já receberam alta, mas após esses 8 meses, os recursos financeiros acabaram e eles não têm como voltar para Macapá.
Samayra Cristina dos Santos Carvalho, de 32 anos, trabalha de serviços gerais. Parte do dinheiro, ela destinou ao pagamento de um plano de saúde o qual incluiu o filho. Eles estão em Recife, no Estado de Pernambuco, literalmente morando em um hospital, pois não têm dinheiro para estadia.
Ela contou que o Henrique, já internado, contraiu duas Infecções e precisou passar por cirurgias, uma delas para instalação de um aparelho no nervo vago, localizado na cabeça da criança. O mau funcionamento deste nervo era que causava os ataques epiléticos constantes.
O menino ainda teve várias paradas cardíacas durante a internação e precisou ficar intubado por dois meses.
“Tem sido uma luta esses dias. O estômago dele dilata se ele receber alimentação acima de 100 mililitros. Até para urinar, para ele não é fácil. A urina sai por um buraquinho feito nele”, relatou a mãe.
Em meio a todo o caos, como se não bastasse, ela começou a apresentar um quadro de depressão e ansiedade, enjoos e forte dores de cabeça. Exames realizados no mesmo hospital em que o filho foi tratado, revelaram que ela tinha um tumor na cabeça.
“Meu chão desabou”, lembrou.
Sozinha, e com poucas condições financeiras para manter a si e ao filho, Samayra precisou vender os objetos de dentro da casa que tem em Macapá, além de um telefone que usava na cidade pernambucana.
“Eu quase fui presa aqui porque estava vendendo o celular na rua e pensaram que era roubo”, relatou.
O dinheiro arrecadado foi direcionado para comprar a passagem de uma irmã que ela chamou para ajudá-la. Atualmente os três estão morando no hospital. A irmã dorme em uma poltrona e ela no sofá do apartamento onde o filho se encontra.
“A minha cirurgia foi um pouco complicada porque ele [o tumor] alojou em uma cavidade mais extrema da cabeça e não conseguiram tirar tudo. Ainda estou com uma parte do tumor. A minha cirurgia durou mais de 14 horas. Foi bastante complicada. Fui parar na UTI e fiquei lá alguns dias. Não sei o que aconteceu, mas a cirurgia abriu e tive que refazer o processo de novo”.
Agora a família precisa voltar para Macapá e o plano de saúde, segundo ela, não quer arcar com a despesa. Sem condições de pagar as passagens, ela, a irmã e o filho estão ‘ilhados’ na capital pernambucana.
“Eu estou sem nanada aqui. Não tenho como ir embora daqui. Não tenho de onde tirar. As coisas aqui são muito caras. Ele vai precisar de medicamento quando sair daqui, além do leito que ele vai ter que tomar que custa quase R$ 200 a lata”, contou, em prantos, a mãe.
Ela explicou que já tentou incluir o filho na lista de beneficiários do INSS, mas não recebeu nenhuma resposta positiva por parte do órgão. A família dela não tem condições financeiras para ajudar.
“Estou desesperada”, enfatizou.
Para ajudar a Samayra, o filho e a irmã a voltarem para Macapá, as pessoas podem fazer doações via pix para a chave (96) 99126-9946.