Líder quilombola desaparecido do PA é ‘achado’ no AP com R$ 50 mil

Edilton Pacoval foi detido em Oiapoque, a 590 km de Macapá, tentando atravessar a fronteira com a Guiana Francesa.
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Da REDAÇÃO

Desaparecido desde o fim do mês de março, um líder quilombola do interior do Estado do Pará foi detido pela Polícia Civil no Amapá na fronteira da cidade de Oiapoque com a Guiana Francesa, a 590 km de Macapá.

Edilton dos Santos Vilhena, de 32 anos, é presidente da Associação Comunitária de Negros do Quilombo Pacoval (ACONQUIPAL), localizada no município de Alenquer, no oeste paraense. Ele não era visto desde o dia 30 de março quando deixou sua comunidade, em uma motocicleta, para ir até o Centro de Alenquer pagar contas pessoais e fazer outras operações bancárias da entidade, segundo publicou o portal de notícias O Liberal.

Mas, desde então, parou de se comunicar com a família e amigos, que tentaram contato por telefone, redes sociais, contudo, sem resposta.

Com o passar dos dias, a comunidade começou a ficar apreensiva porque linhas de investigação sobre o desaparecimento não descartavam que criminosos soubessem que ele levava consigo R$ 100 mil, dinheiro que era para despesas da comunidade e da associação.

Edilton preside a Associação Comunitária de Negros do Quilombo Pacoval. Foto: Redes Sociais

O advogado da ACONQUIPAL, Márcio Arrais, registrou um boletim de ocorrência. Uma semana depois, familiares e amigos chegaram a fazer um ato público, pedindo mais celeridade nas investigações.

A preocupação e a movimentação por notícias do desaparecido líder foram tão grandes, que, segundo disse Arrais ao G1 de Santarém, foram oficializados pedidos de ajuda a autoridades como o ministro da Justiça, Flávio Dino, ao ministro de Direitos Humanos, Silvio de Almeida, e à ministra dos Povos Indígenas e Tradicionais, Sônia Guajajara.

Com a enorme mobilização, uma força-tarefa foi montada para localizá-lo. De acordo com a Polícia Civil do Pará, recursos de inteligência foram utilizados na investigação para monitorar movimentações financeiras e registros de câmeras de agências bancárias.

Foi assim que as autoridades paraenses descobriram o deslocamento de Edilton Pacoval rumo à fronteira do Amapá com o território ultramarino francês e entraram em contato com a polícia amapaense.

No último dia 6, início do feriadão da Semana Santa, Edilton se preparava para  atravessar de Oiapoque (AP) para São Jorge (GUI), foi quando acabou localizado onde estava hospedado, em uma pousada da cidade, por agentes do Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp) da cidade, sob o comando o delegado Átila Rodrigues.

Eldilton no Ciosp de Oiapoque, após ser surpreendido por policiais. Foto: Divulgação/Polícia Civil do Pará

Com Pacoval, foi encontrado um cheque no valor de R$ 50 mil e o cartão bancário da Associação que preside. Na delegacia, o líder comunitário revelou que o objetivo era chegar à Guiana Francesa, onde pretendia arrumar um emprego e viver.

Segundo a polícia paraense, as informações coletadas pelos agentes do Amapá serão anexadas ao inquérito que apurava o desaparecimento de Edilton Pacoval, que já foi recambiado à cidade de Alenquer.

Seles Nafes
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