Menina com tumor no rosto precisa de passagens para começar tratamento em SP

Família conseguiu tratamento gratuito por meio de ONG que ajuda crianças e adolescentes com câncer no Amapá.
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Por ANDRÉ SILVA

Mayane de Sousa Fialho, de 11 anos, nasceu com o que a mãe chama de ‘ponta de veia em um dos lados da face’. Vez ou outra o rosto da menina inchava e a mãe e o pai iam parar com ela no hospital, mas o posicionamento dos médicos sempre era o mesmo: isso some com o tempo. Estavam errados.

Além de não sumir, restou comprovado que o problema se tratava de um tumor, que cresceu todos esses anos, como relata a mãe da criança, a empregada doméstica Charleide Costa de Sousa.

“Quando ela completou 11 anos, de 3 em 3 meses, o rosto dela começou a inchar mais que o comum. Parecia que alguém tinha batido nela. O lado do rosto fica todo roxo. Levei muitas vezes ela assim no Hospital da Criança para mostrar como ficava. Até que um dia uma pediatra olhou e disse que aquilo não era normal. Ela encaminhou a gente pro Hospital Geral”, relatou a mãe.

Com o encaminhamento em mãos, passou a enfrentar outra ‘via crucis’, desta vez, para conseguir uma consulta – e o tumor crescia a cada dia.

Mãe chora ao se lembrar quando o tumor foi descoberto

“Para conseguir a primeira consulta passou 1 ano. E foi piorando. Mas, assim mesmo eu continuei insistindo para atenderem ela. Na primeira consulta, o médico que atendeu ela viu que o caso dela era de emergência, não era pra demorar muito tempo. Como demorou muito, a doença evoluiu. Se eles tivessem tratado antes, o tumor não estava desse tamanho. A cada dia ele aumenta mais”, relatou a mãe.

Para confirmar o que a menina tinha de fato, o médico solicitou uma ressonância magnética. Eles conseguiram fazer o exame, em fevereiro, em uma clínica particular e em fevereiro o resultado saiu.

“Levei pra ele ler o exame e ele confirmou que era um tumor”, lamentou a mãe, enquanto chorava.

Desde então, ela passou por vários médicos até que um deles, do HCA, a encaminhou ao programa de Tratamento Fora de Domicílio (TFD), da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).

Agenilson mostra para a mãe da criança onde será o tratamento que a ONG conseguiu

Ele explicou os trâmites para a família

“Ele disse: sua filha não tem tratamento aqui. Ela vai ter que ser transferida para fora. Ele me deu tudo o que eu precisava e no dia 12 [de abril] eu dei entrada no TFD”.

Mayane e a família moram em uma casa bastante humilde, localizada no Bairro Marabaixo 4, na zona oeste de Macapá. Como a mãe não via solução rápida – extremamente necessária para a fase da doença da filha – ela decidiu buscar ajuda. Foi através da patroa que chegou até a ONG Carlos Daniel, que apoia crianças e adolescentes com câncer no Amapá articulando consultas em hospitais parceiros fora do estado.

O Ceo da ONG, Agenilson Silva, esteve na casa da menina, na última terça-feira (25), para conhecer a família e se comprometeu em ajudar. Já nesta quinta (27), ele voltou até a família para dar a notícia tão esperada.

“A ONG conseguiu a vaga para a Mayane e a consulta dela está agendada para o próximo dia 5 [de maio] em um hospital de São Paulo. Ela vai ter todas despesas, como estadia e alimentação, garantida pelos parceiros da ONG e todo tratamento dela vai ser gratuito”, explicou Agenilson.

Todo esse processo foi conduzido com o conhecimento do TFD. Com a vaga no hospital de referência garantida, resta apenas as passagens para a família chegar até a cidade.

Agenilson e Mayane seguram o documento que garante…

… a consulta de início do tratamento no hospital de referência. Fotos: André Silva/SN

“Tem que ser para logo, porque o câncer não espera. Ele avança a cada dia”, reforçou o CEO.

A família aguarda ansiosa para o posicionamento positivo do TFD para que a menina comece logo o tratamento.

“Estou muito feliz com que a ONG conseguiu. Graças a Deus. Que Deus abençoe. Espero que o governo consiga logo a passagem para a minha filha, porque o mais difícil já tem”, disse a mãe da menina.

Doações

A ONG Carlos Daniel se mantém com doações de parceiros, é o que permite que mais pessoas recebam ajuda. Doações via pix podem ser feitas do CNPJ 22.767.286/0001-78.

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