Por ANDRÉ SILVA
A Páscoa foi comemorada há uma semana. Mesmo assim, mães e pais de crianças e adolescentes com câncer, e em tratamento da doença, se reuniram na manhã deste sábado (15) para celebrar mais um ano de vida e vitórias.
O câncer continua sendo uma das doenças que mais mata no mundo. Se entre os adultos a doença, muitas vezes, é implacável, entre as crianças não tem sido diferente.
Do tratamento até a remissão do tumor – isso quando o organismo do paciente reage positivamente ao bombardeio de medicações – os episódios de enjoos, dores e fraqueza são constantes e precisam ser superados todos os dias.
Rafaela Santos, de 24 anos, mãe da Sofia Isabel, de 7 anos, disse que a filha está praticamente curada da leucemia. A doença foi diagnosticada em 2021, em meio à pandemia de covid-19. Os sintomas foram bem característicos da doença: falta de apetite, Infecções, manchas na pele e sangramento pelo nariz.
Ela fez todo o tratamento em um hospital de São Paulo. Atualmente, Isabel faz quimioterapia oral em casa, mas volta em maio à São Paulo para fazer acompanhamento de rotina. A doença recuou e ela está curada.
Para Rafaela, a Páscoa representa, agora mais do que nunca, o renascimento e a esperança.
“Essa luta é sempre bem difícil, mas numa data como essa, a gente pensa e recupera as energias necessárias. Eu sempre tive fé que ela seria curada e ela está. O tumor está em remissão e ela só tem que fazer o acompanhamento”.
As famílias estiveram reunidas na sede da ONG Carlos Daniel, localizada na zona sul de Macapá. O presidente da organização, Agenilson Silva, disse que todo os meses promove eventos para reunir as famílias atendidas. A Páscoa é uma data especial, símbolo de ressurreição.
“Como não deu tempo de organizar a comemoração no feriado, estamos fazendo hoje. Tem essa data simbólica da morte e renascimento de Jesus, mas, pra mim, Jesus renasce todo dia em cada criança que vence o câncer”, afirmou.
A ONG Carlos Daniel existe há 5 anos. Ela nasceu depois que Agenilson perdeu o filho – que dá nome à instituição – para a doença.
Atualmente, a entidade assiste a 56 crianças e adolescentes, garantindo atendimento em hospitais fora do estado do Amapá através de parcerias. Além do tratamento, a instituição garante às famílias estadia e alimentação com ajuda de parceiros.