Comando da PM defende equipe envolvida em morte de sindicalista: ‘uma das melhores’

Comandantes geral e do 1º Batalhão, além do corregedor, falaram com a imprensa do Amapá.
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Por ANDRÉ SILVA

O Comando Geral da Polícia Militar do Amapá se pronunciou, nesta segunda-feira (29), sobre a morte do presidente do Sindicato dos Taxistas de Macapá (Sintaxi), Leandro de Sousa Abreu, ocorrida durante uma abordagem do 1º Batalhão, na noite da última sexta-feira (26).

Um inquérito para apurar a conduta dos quatro policiais envolvidos na ocorrência foi aberto pela Corregedoria da corporação.

Segundo o comandante geral da PM, coronel Adilton Corrêa, os policiais que compõem a equipe de investigação da Corregedoria já iniciaram os trabalhos no dia seguinte, e, preliminarmente, testemunhas oculares teriam relatado às equipes de investigação que uma pessoa armada teria obrigado outras duas a entrarem em um taxi branco.

“A Polícia Militar recebeu a informação que indivíduos armados em um carro particular, colocaram dentro desse veículo duas pessoas e depois descobriu-se que tinha relação com um crime que ocorreu num dia anterior. Isso foi o motivo pelo qual o taxista [Leandro], junto com o auxiliar, se utilizando do uso arbitrário das próprias razões decidiram fazer isso. E nisso, nós temos que abrir um parêntese: que a segurança pública é de responsabilidade das Forças de Segurança Pública, que é dever da Polícia Militar e Polícia Civil”, pontuou o comandante.

Cel. Adamor, cel. Adilton, e ten-cel Patrique Costa. Foto: André Silva

Ele assegurou que no momento da abordagem, os policias mandaram que os indivíduos saíssem do carro com as mãos na cabeça – ordem que, segundo os policiais, não foi cumprida.

“O comandante da guarnição deu a ordem para que todos saíssem do veículo com as mãos na cabeça. Um indivíduo estava com a mão na cabeça e a outra na altura da cintura. E a partir do momento que determinou que eles colocassem a mão na cabeça, e foi observado que havia alguém com uma tornozeleira, e como não foi obedecida em sua completude a ordem legal, audível e entendido, a guarnição fez o disparo”, justificou o coronel.

Policiais e peritos na cena do ocorrido. Foto: Leonardo Melo

Ele não soube dizer se antes dos disparos dos policiais, havia ocorrido um primeiro tiro por parte dos suspeitos.

O corregedor da PM, coronel Adamor de Oliveira Gonçalves, assegurou que as armas que teriam sido encontradas na ocorrência, uma pistola e um revólver, foram apresentadas à Polícia Civil pela perícia e não pelos policiais.

“Essas armas foram encontradas no local, só que com a chegada da Polícia Científica, foi feita toda a perícia e recolhida pela polícia técnica. Embora que pese estar relatado no BO, mas quem fez a análise e o recolhimento das armas foi a Policia Cientifica”, assegurou o corregedor.

Leandro Abreu era presidente do Sintaxi. Foto: Reprodução/CMM

Bem avaliados

Os quatro policiais envolvidos na ocorrência foram afastados. Segundo o tenente-coronel Patrique Costa, comandante do 1º Batalhão da PM, o qual os policias envolvidos são lotados, trata-se de uma das melhores equipes do batalhão.

Ele destacou que os militares receberam, recentemente, medalhas de ‘Mérito Operacional’, condecoração dada a policiais que se destacam em bons serviços prestados à comunidade e são bem disciplinados.

Ainda de acordo com o comandante do batalhão, eles estiveram envolvidos na resolução de casos de grande repercussão na capital, como o da menina Sarah Lopes da Costa, 9 anos, que foi estuprada antes de ser morta, no dia 15 de março. Foram os mesmos policiais que conseguiram chegar até os suspeitos do crime.

Ele lamentou o fato e disse que apenas após a investigação é que tudo será esclarecido. Lembrou que o local onde tudo aconteceu era de pouca luminosidade e considerada uma zona muito perigosa, classificada como vermelha.

Policiais ajudam a remover o corpo

“Muitas coisas precisam ser esclarecidas: o que essas pessoas estavam fazendo dentro daquele veículo? Quem realmente estava portando o armamento? O que o indivíduo da tornozeleira eletrônica estava fazendo lá? Porque o dono do taxi não estava dirigindo ao invés de estar no banco de trás? Então, são muitas circunstâncias que precisam ser esclarecidas e só a investigação vai poder esclarecer esses pontos com exatidão”, questionou o policial.

Leandro Abreu foi enterrado no domingo, após carreata de protesto de taxistas da capital em frente ao comando da corporação. A Polícia Civil do Amapá também abriu inquérito para apurar o caso. O delegado Wellington Ferraz, da Delegacia de Homicídios, assumiu as investigações.

Da ocorrência, um adolescente baleado pelos policiais segue internado no Hospital de Emergência de Macapá.

Seles Nafes
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