Por ANDRÉ SILVA
O Amapá passará a integrar o Sistema Nacional de Análise Balística (Sinab). O sistema vai permitir o cadastro de armas de fogo e projéteis utilizados em crimes para que, futuramente, possam ser cruzados com os outros do banco de dados do país. Peritos da Polícia Científica do estado passaram por treinamento para uso do equipamento nesta quinta-feira (25).
O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), fez a doação dos equipamentos. Eles possibilitarão a implantação do Sistema, um dos projetos prioritários do Ministério para o combate à criminalidade.
O Sinab integrará os órgãos de perícias estaduais, do Distrito Federal e da Polícia Federal, com Sistemas de Identificação Balística e possibilitará a criação do Banco Nacional de Perfis Balísticos (BNPB).
O objetivo do projeto é aumentar a capacidade de identificação e análise de vínculo entre as armas de fogo utilizadas em crimes e seus elementos de munição coletados, levando a um aumento na efetividade dos exames de comparação balística e, consequentemente, nas linhas investigativas, possibilitando maior resolução de crimes envolvendo armas de fogo.
O Sinab permite que os Sistemas de Identificação Balística cadastrem os elementos de munição (estojos e projéteis), relacionados a crimes, para formação do Banco Nacional de Perfis Balísticos, a partir dos sistemas de identificação balística instalados nos laboratórios, interligados em uma rede centralizada no MJSP.
O diretor da Polícia Científica do Amapá, Marcos Ferreira, disse que o sistema vai trazer automatização para o processo de microcomparação balística. Ele explicou que toda arma utilizada deixa marcas nas balas que ela dispara.
Atualmente a instituição dispõe de três microcomputadores que fazem a análise de forma manual e os resultados saem em uma semana. Mas com os novos equipamentos, esse resultado sai no mesmo dia e dez vezes mais.
“Sem contar no ganho Nacional. Como nós vamos aderir ao banco nacional, poderemos jogar todos nossos dados coletados lá e isso pode ajudar na resolução de crimes em outros estados. Se uma arma disparou no Amapá, se disparar em São Paulo, os peritos poderão ter essa informação, isso ajuda muito na investigação”, explicou Marcos Ferreira.
No Amapá, foram recebidos 2 scanners modernos para projéteis e estojos, além de um computador que faz as correlações dos mesmos. O investimento gira em torno de R$ 2,5 milhões. Seis peritos criminais e 1 técnico pericial participaram do treinamento.
“Um trabalho importante porque demanda um banco de dados nacional que poderemos fazer uma correlação com os estados. É importante o Amapá estar inserido nesse banco, porque vamos poder ter essa interligação nacional dos perfis balísticos”, considerou a perita criminal Janaina Pereira.