Por ANDRÉ SILVA
Alice Brito Monteiro, de 4 anos, nasceu com microcefalia. A condição onde a cabeça do bebê é significativamente pequena trouxe várias complicações para a menina. Ela e a mãe precisaram sair do Amapá em busca de tratamento especializado, que o estado não oferta para crianças nesta condição.
Para Adila Brito Monteiro, de 30 anos, que na época da gravidez tinha 26, a filha nasceria sem problemas. Ela relatou ao Portal SelesNafes.com que durante o pré-natal, a filha apresentava boas condições de saúde.
“Nas minhas ultrassom sempre deu tudo normal”, disse.
No quarto mês de gestação, começou a sentir dores similares ao trabalho de parto. Dirigiu-se à maternidade, onde foi medicada e mandada de volta para casa. Algumas semanas depois, a dor voltou e ela foi parar novamente na maternidade.
Um ultrassom feito de forma emergencial mostrou que a criança estava tendo um ataque cardíaco dentro da mãe. Diante do quadro, Alice precisou ser retirada às pressas. O parto foi cesariano.
“Eu sempre perguntava como estava a minha filha e eles (servidores da maternidade) sempre diziam que ela estava bem”, relatou.
Por ser prematura, Alice precisou ficar internada na UTI do hospital. Ela fez uma tomografia e o resultado foi chocante.
“Perguntei o que aquilo significava. Ela disse que se tratava de microcefalia congênita. Eu perguntei como aquilo poderia estar acontecendo se o meu pré-natal estava tudo bem”, relatou.
Para ter um diagnóstico fechado da criança, Adila e familiares tiveram que fazer uma vaquinha para arrecadar dinheiro para pagar o neurologista. Entre o nascimento e o diagnóstico, foram 4 meses de internação.
O que mais afligia a mãe eram as crises convulsivas que a menina tinha constantemente. Elas começaram semanas depois do nascimento.
“Durante o dia, eram três a quatro crises. Fiquei desesperada, porque achei que ela fosse morrer”.
Até os 2 anos, Alice não se mexia e não tinha qualidade de vida. Ela passou muitos dias internada no Hospital da Criança e Adolescente (HCA). De alta médica, ela foi acompanhada por uma equipe multiprofissional do Programa Saúde da Família de Macapá.
Com muito esforço, a família conseguiu que ela tivesse acesso a um Benefício de Prestação Continuada (BPC), o que permitiu à mãe investir num plano de saúde. O pai da Alice, segundo Adila, não quis assumir a filha e sumiu.
Sem perceber a evolução na saúde da bebê, Adila decidiu sair do Estado e se mudou para Belém (PA) em busca de melhor tratamento.
Entre as consultas com especialistas naquela cidade, o médico ortopedista disse que a criança precisaria de uma órtese para poder se locomover, mas a mãe não tem como comprar e precisa de ajuda. O equipamento ortopédico custa em torno de R$ 2 mil.
Atualmente, Alice é acompanhada por neurologista, fonoaudiólogo e fisioterapeuta. Ela vai à escola e consegue interagir com outras crianças, mas ainda não fala e precisa de mais independência.
“Ela não fica muito tempo em pé. Eu preciso carregar muitas vezes e isso tem me trazido problemas na coluna. Esse ano que eu consegui comprar uma cadeira de rodas pra ela, mas a órtese não tenho como”, disse.
A família está promovendo um Pix Solidário. Quem puder ajudar, pode doar pela chave 373.506.682-87, cadastrada no nome da avó da Alice, Marta Pinheiro Brito. Para ter mais detalhes do caso, o número de telefone é o (96) 98100-4413.