Por ANDRÉ SILVA
O sensei Edson Coutinho pratica caratê há 20 anos, dois quais 7 atua como técnico. Disciplina, respeito, cordialidade, senso de justiça e formação de caráter são os princípios desta arte marcial. Para ele, crianças desde as primeiras idades escolares devem ter acesso a esses ensinamentos.
O projeto é pioneiro na rede pública municipal de ensino de Macapá. Está sendo desenvolvido na Escola Municipal Elita Nunes Melo, localizada no Bairro Buritizal, zona sul da capital. As aulas de caratê e jiu-jitsu são oferecidas no contra turno a alunos do 1° ao 5º ano.
“O caratê objetiva o desenvolvimento humano. É a busca de princípios e valores éticos e morais. Isso ajuda o praticante a ter uma boa vida social. Apesar de ser uma arte marcial, ele estimula a paz, o controle emocional”, explicou o sensei.

Aulas de arte marciais ocorrem no contra turno. Fotos: André/Silva

Sesei Edson estimula nas crianças a paz, o controle emocional
Edson afasta a possibilidade da arte marcial fomentar a violência entre as criança.
“Aqui, elas aprendem a dar soco, chutes, para se defender. E o senso de justiça que é passado aqui no dojô é que esses movimentos só podem ser usados em uma competição ou se precisarem defender a ida deles ou de alguém que está sendo agredido injustamente na rua. Isso é senso de justiça, que é ensinado no caratê”.
Adrian Luan, de 10 anos, está no 5ª ano. Para ele, o projeto é muito bem-vindo. O menino disse que sempre desejou fazer uma arte marcial e tem um objetivo com isso.

Adrian Luan quer ensinar outras crianças a se defenderem
“Quando tiver grande, eu posso ensinar outras crianças a se defenderem. Também posso virar polícia e defender os outros”, argumentou o menino.
O diretor da escola, Alban Vilhena Cordeiro, considera importante levar o esporte para dentro da escola, como forma de disciplinar os alunos e de quebra, descobrir possíveis talentos.
Segundo ele, o projeto alcança, principalmente, a alunos com difícil interação com outras crianças.

Crianças aprendem que caratê é só para competições e defesa pessoal
“A princípio, buscamos aqueles alunos que apresentam pouca socialização com outras crianças. A ideia é que ele venha no contra turno, para que não atrapalhe o horário dele normal de aula”, explicou o diretor.
As aulas serão oferecidas todas as terças e quintas-feiras, nos turnos da manhã e tarde. A inciativa é da escola e da Secretaria Municipal de Educação (Semed), em parceria com a Coordenadoria Municipal de Esporte e Lazer (Comel), com apoio do Projeto Jiu-jitsu na Escola.