Ferraz assume caso de sindicalista morto em abordagem policial

Normalmente, a Delegacia de Homicídios não investiga mortes ocorridas em operações policiais
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Por SELES NAFES

Um dos delegados mais experientes na investigação de homicídios no Amapá assumiu, na manhã desta segunda-feira (29), a apuração da morte do presidente do Sindicato dos Taxistas de Macapá (Sintaxi), Leandro Souza. Ao Portal SN, o delegado Wellington Ferraz informou que vai pedir relatórios da perícia, antes de tomar os primeiros depoimentos.

Leandro Souza foi morto a tiros por policiais militares no fim da noite da última sexta-feira (26), durante a abordagem ao táxi dele, um Versa branco, no Bairro do Muca, na zona sul de Macapá.

A versão oficial dos policiais é de que Leandro teria descido do carro e apontado uma pistola em direção aos policiais. Advogados e a família afirmam que nunca houve esse gesto, e que os policiais teriam chegado já atirando. Os policiais foram afastados do patrulhamento até o fim das investigações.

“Nosso objetivo é apurar se houve excesso ou erro”, adiantou o delegado.

Wellington Ferraz informou que irá solicitar ainda hoje os relatórios feitos por peritos no local da intervenção policial, e que a equipe de investigadores irá buscar imagens de câmeras de segurança que possam ajudar a esclarecer os fatos.

Somente após o levantamento dessas informações será possível definir quem serão os primeiros a prestar depoimentos. Dois dos quatro ocupantes do táxi sobreviveram, entre eles um menor que está internado com um tiro no Hospital de Emergência de Macapá. O outro sobrevivente é um taxista que inicialmente recebeu voz de prisão, mas passou a ser testemunha no inquérito.

O sindicalista foi morto a tiros durante a abordagem

O caso tinha sido registrado na 4ª Delegacia de Polícia por se tratar de morte com envolvimento de agentes públicos durante patrulhamento. Normalmente, a Delegacia de Homicídios não investiga casos assim. A decisão de transferir o inquérito para a Homicídios foi do delegado geral de polícia Cézar Vieira.

Ele explicou ao portal que o critério, neste caso, foi a grande repercussão.

“Os familiares, a população, a mídia e os próprios envolvidos poderão ter a certeza da apuração bastante criteriosa”, avisou ele.

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