Ibama diz ‘não’ ao Petróleo na costa do AP e provoca reações

Instituto diz que faltou demonstrar segurança; senadores reagiram
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Por SELES NAFES

A presidente do Ibama seguiu parecer da área técnica do instituto e negou o licenciamento ambiental para que a Petrobras faça exploração de petróleo na costa do Amapá, na chamada “Margem Equatorial”, mesmo placa geológica onde Guiana a outros países da América do Sul estão ganhando fortunas com a atividade.

“Não restam dúvidas de que foram oferecidas todas as oportunidades à Petrobras para sanar pontos críticos de seu projeto, mas que este ainda apresenta inconsistências preocupantes para a operação segura em nova fronteira exploratória de alta vulnerabilidade socioambiental”, diz o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho.

Ibama afirma que faltou um estudo chamado de “Avaliação Ambiental de Área Sedimentar”. A empresa diz que esse levantamento não é obrigatório, e que apresentou outras pesquisas que demonstram a segurança do projeto.

Ao contrário do que a chamada “grande imprensa” convencionou batizar, a atividade não fica na foz do rio Amazonas, mas a 550 km de distância em alto mar. O poço de pesquisa seria perfurado a 2,8 mil metros de profundidade, em local comprovadamente sem existência de corais.  

A negativa do Ibama, mais ideológica do que técnica, gerou reações da classe política amapaense, entre elas do próprio líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues, que anunciou nesta quinta-feira (18) a desfiliação da Rede Sustentabilidade, partido da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, principal opositora da atividade petrolífera no Amapá.

Randolfe: saída do partido da ministra do Meio Ambiente

Segundo o senador, o Amapá não foi consultado antes da decisão.

“O que os amapaenses querem é o direito de saber da existência ou não de petróleo em sua costa. Ficaremos aqui em Brasília com os demais membros da bancada para buscar uma reunião com o presidente em exercício, Geraldo Alckmin, e aguardaremos o retorno neste fim de semana do presidente Lula”, comentou o senador.

O presidente da CCJ e ex-presidente do Senado, Davi Alcolumbre, classificou como desrespeito com o povo do Amapá a decisão da Petrobras.

“A decisão do Ibama em negar a licença para que a Petrobras realize a pesquisa exploratória de Petróleo na margem equatorial do Amapá é um desrespeito ao povo amapaense. Vamos lutar unidos, amparados por critérios técnicos, legais, razoáveis e proporcionais, em conjunto com o governo federal, bancadas federal e estadual, governo do estado, entidades e sociedade civil para reverter essa decisão equivocada e injusta. O Amapá lutará e não lutaremos sozinhos”, disse o senador em redes sociais.

O senador Lucas Barreto confirmou que estará na audiência pública da Assembleia Legislativa amanhã (19) em Oiapoque. Segundo ele, as outras bancadas do Norte manifestaram apoio e solidariedade ao Amapá, que não aceitará a negativa do Ibama. (Vídeo acima)

NOTA

Companheiros e companheiras da REDE SUSTENTABILIDADE:

Nos últimos anos, o povo brasileiro enfrentou a sua quadra mais dramática. A Democracia, há muito conquistada, esteve sob real ameaça.

Neste período, nas ruas, nas instituições e em especial no Parlamento, o nosso partido esteve ao lado dos brasileiros lutando contra o fascismo, e cumpriu um papel histórico com amor, coragem e dedicação. Me honrará para sempre ter sido parte desta jornada épica.

Agradeço o companheirismo e o convívio deste período, em especial levo para toda a vida exemplos de lealdade ao povo, como o da companheira Heloísa Helena, que ontem, hoje e sempre me inspirará.

Minhas palavras trazem, sobretudo, gratidão. Tenho a certeza que continuaremos juntos, nas lutas por democracia, justiça e na construção de uma sociedade livre da fome e da opressão.

Dito isso peço, em caráter irrevogável, a minha desfiliação da REDE SUSTENTABILIDADE.

Randolfe Rodrigues

SENADOR DA REPÚBLICA PELO AMAPÁ

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