Por ANDRÉ SILVA
Em situação de emergência com o surto de síndromes gripais em crianças, o Amapá conseguiu melhorar o índice de imunização contra o vírus influenza, um dos causadores da crise.
Até esta quarta-feira (24), 53% das crianças do estado já haviam sido vacinados contra o vírus, segundo o Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações do MS. Mesmo assim, o estado, que atualmente tem mais de 200 crianças internadas com alguma síndrome gripal, ainda está longe da meta, que é de 90%.
Macapá preocupa. Imunizou apenas 42,99% deste público. Os municípios com melhores índices em crianças são Amapá, com 77%, seguido por Santana, com 76%, Calçoene, com 72%, e Laranjal do Jari, com 70%. Cutias, com 34%, e Pracuuba, com 24%, seguem sendo os municípios com menor cobertura.
O público prioritário para receber a vacina contra Influenza é composto por crianças de 6 meses a 6 anos, gestantes, idosos, puérperas, professores e trabalhadores da saúde. Na soma dessa população, o Estado do Amapá atingiu 59%. Nesse universo, Pracuuba novamente aparece com o menor percentual: 25%.
Mesmo sendo um dos poucos Estados a iniciarem a campanha mais cedo este ano – em março –, até o dia 13 de maio, o Amapá tinha apenas 16% do seu público alvo imunizado contra gripe. Isso pode ter sido um dos principais fatores para que a doença se proliferasse de forma tão rápida.
Diante da crise, os municípios procuraram executar ações de busca desse público prioritário, afirmou Maria Angélica, coordenadora de imunizações da Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS).
“Essas buscas se intensificaram. Houve um aumento das equipes. Os municípios investiram em operação e logística para buscar essas crianças, principalmente, que são as maiores vítimas da síndrome gripal, e nossos índices melhoraram. O estado está com a segunda maior cobertura do Brasil, no ranking nacional. Todos os municípios estão diariamente melhorando seus dados”, pontuou.
Para a coordenadora, se tudo correr como o previsto, os primeiros resultados das ações para enfrentar o surto de gripe já poderão ser observados nas próximas semanas.
“Para surtir efeito no organismo da pessoa, a vacina precisa de 10 a 15 dias. Então, esse é o prazo que a gente espera reduzir o número de casos graves para internação. Isso tudo em 15 dias após a data do decreto [de situação de emergência em saúde, assinado pelo governador do estado], que foi do dia 13”.
Ela reforçou o que os órgãos de saúde envolvidos na solução da crise têm falado nos últimos dias em relação a vacinação.
“A vacina ainda é a principal arma contra a doença. Levem seus filhos para vacinar”, convocou.
As salas de vacina nas Unidades Básicas de Saúde de Macapá estão com horário estendido até as 21h.
O vírus Influenza e o sincicial (contra esse não há vacina) são os principais causadores do surto no estado. Seis crianças já morreram desde o início da crise, e 36 estão em estado grave e seguem intubadas.