Por ANDRÉ SILVA
A avó da cabo da PM do Amapá, Emily Miranda, e a cuidadora dos avós da policial foram as primeiras a serem ouvidas nesta segunda-feira (22), durante o julgamento do ex-policial militar Kassio Mangas, que matou a ex-namorada com quatro tiros, no dia 12 de agosto de 2018.
Muito emocionada, Oscarina Braga, de 78 anos, passou mais de uma hora sendo interpelada pela defesa e pela acusação. Ela relatou com detalhes o dia do crime que vitimou a neta que tinha 28 anos.
A idosa disse que não ouviu a discussão entre a neta e Kassio, mas ouviu os tiros.
“Ouvi três, uma pausa e o quarto tiro. Eu perguntei o que ele tinha feito com ela. Ele disse que nada, ‘depois ela vem aqui falar com a senhora. Conversamos muito’. Falou tudo isso muito calmo”, relatou a idosa.
A idosa lembrou que Kassio de Mangas, após o crime, saiu tranquilamente do local depois de executar a ex-namorada.
“Ele não estava nervoso. Perguntei várias vezes o que ele tinha feito com minha filha, que era assim que eu tratava todas as minhas netas, ele sempre dizendo: ‘nada’”.
A segunda testemunha a ser ouvida foi a cuidadora Jadinael Miranda, que trabalhava na casa dos avós de Emily.
Em seu depoimento que durou cerca de uma hora, ela lembrou que a cabo estava deitada na cama coberta com uma manta da cintura até as pernas. E foi a avó da vítima que solicitou que ela fosse até o apartamento para ver o que tinha acontecido.
Jadineal contou que quando chegou no local, Emily ainda estava viva, e relatou as últimas palavras que ela disse, gritando.
“Eu não quero morrer!”, lembrou.