Por SELES NAFES
Das 500 crianças que estavam sendo esperadas neste sábado (6) no Centro de Especialidades Papaléo Paes, na zona norte de Macapá, para o diagnóstico de autismo, quase 650 acabaram comparecendo. A super procura se deu por conta de uma fila de espera de quase cinco anos, mas, principalmente, após a circulação de uma fake news.
A segunda etapa do projeto “TEA Tendemos”, da Secretaria de Saúde de Macapá, acontece também neste domingo (7). O objetivo é fechar o diagnóstico de autismo com atendimento de uma equipe formada por neuropediatra, psiquiatra infantil, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo e psicólogo especializados em TEA (Transtorno do Espectro Autista), além de exames de imagem.
O público alvo são crianças cadastradas numa fila única do município formada em UBSs, o Capsi e o próprio Centro Papaléo Paes. Hoje, a meta era atender somente as que foram chamadas por telefone pela Central de Regulação do Município. Além dos 350 pacientes da vez, estavam sendo esperados mais 100 de retorno para conclusão dos laudos.
“Estamos chamando na ordem de espera. Então quem está esperando mais tempo será atendido primeiro. Mas nós recebemos mais de 150 crianças que não estavam na lista de espera por conta de uma fake news divulgada ontem (sexta, 5) dizendo que essa procura seria de livre demanda, o que é uma informação falsa”, explicou a secretária de Saúde de Macapá, Érica Aymoré.
“Infelizmente contamos com a insensibilidade de algumas pessoas que não sabem o que é para uma mãe levar uma criança autista e arrumar dinheiro para transporte”, acrescentou.
O resultado foi uma longa fila com desconforto e reclamações pela lentidão no atendimento.
“Aqui tem criança com fome e comorbidades”, disse uma mãe.
Contudo, a Semsa informou que todas as crianças excedentes de hoje foram atendidas com cadastramento e inclusão na lista de espera.
“Não conseguimos atender todos, mas conseguir acolher todos. Isso significa que atualizamos os contatos de telefone e colocamos na lista as que nunca tinham procurado um órgão nosso. Temos ainda 1,5 mil crianças na fila de espera. Chegaremos até a metade delas até a 5ª edição”, calculou a secretária.
Ao todo, projeto terá cinco fases. Na primeira etapa foram atendidas 440 crianças.