Por SELES NAFES
A ocupação de leitos na rede hospitalar pública e privada do Amapá cresceu 43,2% somente nesta semana, segundo dados da Vigilância em Saúde (SVS) divulgados no início da noite deste sábado (20). Em menos de quatro semanas, foram 300% de aumento. O governador Clécio Luís (SD) anunciou que irá chamar de novo todos os prefeitos para um encontro no início desta semana e novas medidas deverão ser divulgadas.
Até a noite de hoje, 333 pessoas estavam internadas em leitos públicos e privados com síndromes respiratórias, a maioria de zero a quatro anos no Pronto Atendimento Infantil (PAI) e no Hospital da Criança e do Adolescente (HCA), onde a quantidade de leitos dobrou.
No último dia 13, o governo decretou estado de emergência na saúde e intensificou as obras no HCA e PAI para tirar crianças dos corredores e de leitos improvisados. Esta semana, de 85 leitos, a capacidade saltou para 255 no HCA, após uma força-tarefa para contratação de pessoal, aquisição de equipamentos e até investimento na rede elétrica para operacionalizar dois andares novos.
“A má notícia é que todos esses 94 novos leitos já estão ocupados. (…) O quadro é grave”, anunciou o governador.
Outros 50 adultos estão internados com os mesmos sintomas respiratórios no Hospital de Emergência de Macapá e em outros hospitais. O surto está sendo causado por três tipos de vírus que estão em circulação no Estado: influenza, covid e o sincicial respiratório, o mais forte deles.
Vacinas
A secretária de Saúde do Amapá, Silvana Vedovelli, e a superintendente de Vigilância em Saúde, Margarete Gomes, fizeram um apelo para que os pais levem os filhos para serem vacinados e evitem aglomerações, especialmente em festas de aniversário e nas escolas.
“Que não levem crianças gripadas para as escolas, que não recebem visitas em casa, porque a maior parte do público atingido é de zero a quatro anos de idade. Só na Maternidade Mãe Luzia temos 15 recém-nascidos, com menos de um mês de vida, já gripados”, comentou a secretária.
De acordo com Margarete, a cobertura vacinal de influenza melhorou nos últimos dias. Em Calçoene, chega a 67%, mas, na capital, agora que passou dos 36%. Oiapoque é a cidade que menos vacinou: 18,87%. No geral, a cobertura no Amapá chegou a 40%, bem distante dos 90% da meta mínima.
“Em todo o Brasil as taxas de vacinação caíram drasticamente, e corremos o risco de termos doenças voltando como a poliomielite (paralisia infantil)”, frisou Clécio.
O governador do Amapá anunciou que amanhã começam os trabalhos de adaptação no Pronto Socorro Infantil de Santana, que está sendo construído, para que uma ala seja concluída para receber novos pacientes.
Na segunda-feira (22), ele adiantou que deve se reunir pela segunda vez com todos os prefeitos para que as novas medidas sejam tomadas em conjunto.